O projeto de lei “Escola Sem Partido” vem tirando o sono de gente poderosa da esquerda nacional. O projeto, longe de ser, como alardeia a imprensa, uma “lei da mordaça” ou uma “volta à ditadura”, prevê tão somente a afixação de um cartaz orientando os alunos, pais e professores sobre o grave problema da propaganda político-partidária em sala de aula. É uma lei que visa a orientação, não a punição ou censura.
Um dos casos mais emblemáticos dessa doutrinação é o do livro didático “Nova História Crítica”, de Mario Schmidt, distribuído aos alunos das escolas públicas durante quase uma década – de 1998 a 2007, quando foi reprovado pelo MEC não por conta de seu conteúdo distorcido, mas por uma lei que obriga os autores de livros didáticos a ter curso superior completo.
Em 1998, Olavo de Carvalho no Jornal da Tarde já alertava sobre a deturpação dos fatos históricos e o gritante viés ideológico contidos nesse livro. A beautiful people acadêmica, midiática e cultural fingiu não ouvir o alerta e dez milhões de exemplares do livro foram comprados pelo MEC e usados para deformar as mentes de milhões de jovens.
Em 2007, quando o livro já havia sido reprovado e não era mais comprado, o jornalista Ali Kamelrevelou em um artigo algumas frases do livro. Desta vez, o caso ganhou visibilidade. O blogueiro petista Luis Nassif saiu logo em defesa do livro. A editora respondeu por meio de uma nota. Reinaldo Azevedo também tratou do assunto.
Nesses 18 anos, muito já foi dito sobre o livro e seu conteúdo, não vamos repisar aqui tudo isso. O problema é que, embora muito tenha sido dito, nada foi apurado e a recente discussão sobre o projeto Escola Sem Partido trouxe à tona uma questão:
Como o autor de livros mais vendido no Brasil, em sentido literal e figurado, pode ser uma incógnita? Ninguém o conhece, ninguém sabe, ninguém viu. Ele não tem um blog, não dá aulas, não escreve.
Sua biografia na Wikipédia afirma que ele tem rating registrado na Federação de Xadrez do RJ. Aí, curiosamente, o link de referência está errado e cai num blog nada a ver. No site oficial da Fexerj o nome dele não está entre os 661 registros de rating.
Quem sabe se procurarmos uma foto dele? No Google Imagens, nenhuma foto corresponde ao “famoso escritor”.
Voltando à Wikipédia, a biografia do maior best seller brasileiro, autor de um livro só, descartando irrelevâncias como ter sido colega de alguns integrantes do Casseta e Planeta, pode ser resumida assim:
“Em 1977 ingressou na Escola de Engenharia da UFRJ. Não concluiu o curso. Em 1984, também na UFRJ, ingressou no curso de Filosofia. Mais uma vez abandonou as aulas sem se formar. Foi professor de cursos pré-vestibulares em Niterói.”
Apelamos para o Youtube. Pesquiso “mario schmidt”, “mario schmidt brasil”, “mario schmidt educação”, “mario schimidt”. Nada. Procurando no Facebook, nada, mais uma vez. Nem adianta procurar no Lattes pois, segundo sua biografia, ele não concluiu a faculdade.
Por incrível que pareça, a única referência pública que encontramos sobre Mario Schmidt foi no site FiliaWeb, que mostra que existe uma pessoa de nome Mário Furley Schmidt filiada ao PT desde 1981.
O mega best seller Paulo Coelho, que vendeu 150 milhões de livros no mundo inteiro, fica atrás do desconhecido Mario Schmidt, no Brasil. São 4 milhões de exemplares (de vários títulos) vendidos por Coelho contra 10 milhões do único livro escrito pelo anônimo Mario Schmidt.
Por que ele se esconde? Por que quem sai em sua defesa são sempre terceiros, como Luis Nassif ou sua editora, nunca ele mesmo? Como é possível não encontrarmos ao menos um texto de blog, uma foto, um vídeo, uma entrevista sua?
Para variar, vivemos no Brasil a nossa própria versão surrealista de uma distopia. Enquanto no romance de Ayn Rand as pessoas perguntavam-se “quem é John Galt?”, aqui perguntamos “Quem é Mario Schmidt?”, com a diferença de que, se um representa a redenção de uma sociedade, o outro é o sintoma de um grande esquema de doutrinação ideológica contido num projeto de poder político que se estende por décadas, ou seja, é a própria perversão da sociedade.
Créditos à sensacional Caneta Desesquerdizadora.
Tal campanha de doutrinação existe, está em plena atividade e não de depende de um partido político em particular. É justamente por isso que vemos os partidos de esquerda, toda a grande mídia, o ambiente acadêmico e cultural aliando-se desesperadamente contra o Escola Sem Partido. Perder a possibilidade de transformar jovens em massa de manobra seria um golpe fatal ao comuno-fascismo tupiniquim.
08 de agosto de 2016
tom martins
in seno incomum
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