"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

ÕDIO IDEOLÓGICO DO ESCRITOR FERNANDO MORAIS CONTRA UM HOMEM HONRADO


Fernando Morais precisa devolver também os 10 mil dólares









Vejo nas redes sociais uma declaração do escritor Fernando Morais: “Anos atrás recebi do então governador de Brasília Cristovam Buarque o prêmio Manoel Bomfim, atribuído ao meu livro ‘Chatô, o Rei do Brasil’. 
Já pedi à Marília para localizar a placa de prata. Vou devolver. De golpista não quero nada. Nem prêmio”.
Em função da natureza das observações do escritor Fernando Morais, mesmo considerando a resposta à altura dada pelo senador Cristovam, resolvi escrever o texto abaixo:
É triste constatar como a visão ideologicamente viciada e torpe da realidade política conduz determinadas pessoas, mesmo as mais respeitáveis, a falar e cometer desatinos. 
O escritor Fernando Morais, numa demonstração de falta de educação, má-fé política e infantilidade, alardeou que irá devolver ao ex-governador Cristovam Buarque o prêmio “Manoel Bomfim” que recebeu anos atrás pela obra “Chatô – O Rei do Brasil”.
Fernando Morais incorre em erro básico ao fazer tal declaração. O prêmio não lhe foi concedido pelo ex-governador Cristovam Buarque, mas pelo Governo do Distrito Federal, a partir da indicação de um júri formado por vinte intelectuais brasileiros, entre os quais Nelson Werneck Sodré, Hélgio Trindade e Joel Rufino dos Santos. 
Além de descortês, Fernando Morais evidenciou não distinguir a diferença entre partido, governo e estado. É compreensível, pois todos que confundem política e ódio, inteligência e bloqueio ideológico, razão e irracionalismo, tendem a cometer erros dessa ordem e defender, em nome de valores universais, como a democracia, o aparelhamento do Estado, a corrupção e a inépcia administrativa, traços dos governos petistas que o escritor apoiou e quer de volta
SEM DEFENDER – Não vou defender o ex-governador Cristovam Buarque, a quem tive a honra de, como secretário de Ciência e Tecnologia, propor a criação do prêmio “Manoel Bomfim”, que outorgou a figuras como Darcy Ribeiro, Jorge Caldeira e Fernando Novais, a honraria que hoje Fernando Morais despreza e ameaça devolver.
O orgulho que sinto de ter Cristovam Buarque como um amigo talvez seja o mesmo que Fernando Morais tenha pelo falecido governador paulista Luiz Antonio Fleury, que ordenou o massacre do Carandiru, justo na época que o autor de “Olga” era seu secretário da Educação. 
Outros tempos, sem dúvida, pois Fernando Morais, tão indignado e vexado com o impeachment de Dilma, a ponto de ofender um homem decente e correto como Cristovam Buarque, não demonstrou o mesmo durante o episódio do Carandiru, pois permaneceu no cargo por mais de um ano, como se a matança de 111 detentos fosse algo tolerável e trivial.
DEVOLVA O DINHEIRO – Tudo bem. Caso Fernando Morais queira, de fato, dar dimensão ao seu gesto, que devolva ao Governo do Distrito Federal (e não ao ex-governador Cristovam Buarque) não apenas a placa de prata, como também os dez mil reais que recebeu do prêmio “Manoel Bomfim”, na época equivalente a dez mil dólares. 
Gesto pomposo pela metade sugere apenas inconsequência ou picaretagem. 
(artigo enviado pelo comentarista Mário Assis Causanilhas)
08 de agosto de 2016
Ronaldo CondeBlog de Penedo

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