Apenas um livro de autor brasileiro aparece entre os 100 títulos mais pedidos pelas universidades dos Estados Unidos, de acordo com o projeto Open Syllabus. O projeto reúne ementas de disciplinas de instituições de ensino superior em todo o país e descobre quais são os livros mais solicitados pelos professores.
A única obra brasileira a aparecer nos “100 mais” da lista é de Paulo Freire. “Pedagogia do Oprimido”, publicado pela primeira vez em 1974, aparece na 99ª posição da lista, mas é o segundo livro mais pedido dentre todos os da área de educação. Perde apenas para “Teaching for Quality Learning in University: What the Student Does”, de John Biggs.
Segundo o Open Syllabus, o livro é requisitado em 1.021 ementas de universidades e faculdades dos EUA. Não é pouca coisa: fica à frente de clássicos como Rei Lear, de Shakespeare; Moby Dick, de Herman Melville; e O Banquete, de Platão.
Outro livro bastante citado de um brasileiro (pelo menos dos que o blog conseguiu rastrear) é do ex-presidente e sociólogo Fernando Henrique Cardoso, “Dependência e Desenvolvimento na América Latina”, que tem 141 citações.
Como curiosidade, outros brasileiros que aparecem nas ementas são Clarice Lispector (“A Hora da Estrela” tem 40 citações); Machado de Assis (“Dom Casmurro”, com 33); e Euclides da Cunha (“Os Sertões” aparece 27 vezes).
Dentre os paranaenses, há Dalton Trevisan, com duas citações, e Cristovão Tezza (“O Filho Eterno”, com uma citação).
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – A reveladora reportagem, enviada pelo jornalista Sergio Caldieri, mostra a importância do educador brasileiro Paulo Freire, que tem recebido duras críticas aqui no blog, toda vez que é citado em alguma reportagem ou artigo.
Muitos comentaristas condenam aprioristicamente o pensamento político dele, sem levar em consideração sua portentosa obra, que continua a influenciar pensadores das mais variadas tendências políticas e ideológicas, porque a realidade precisa estar acima dos preconceitos infantis.(C.N.)
08 de agosto de 2016
Rogerio Galindo
Gazeta do Povo
08 de agosto de 2016
Rogerio Galindo
Gazeta do Povo
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