"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 14 de agosto de 2016

AO EXPOR A REALIDADE, BNDES DE HOJE ILUMINA AS SOMBRAS DO BNDES DE ONTEM


Maria Silvia põe fim à maquiagem dos balanços do BNDES
















Na verdade, ao divulgar o resultado negativo de seu balanço semestral deste ano, a atual administração do BNDES de hoje, comandada por Maria Silvia Bastos iluminou os caminhos mais adequados e prováveis para iluminar as sombras da administração passada do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. Esta realidade foi muito bem destacada pela repórter Danielle Nogueira, O Globo, e por Daniela Amorim e Mariana Sallowicz, O Estado de São Paulo, edições de sábado. O BNDES admitiu um prejuízo de 2,2 bilhões de reais de janeiro a junho deste ano, acrescido de uma altíssima provisão na escala de 9,6 bilhões para cobrir possíveis ou prováveis calotes nas operações que realizou.
O resultado foi inclusive acentuado por Vânia Borgerth, superintendente da Controladoria do BNDES, através de teleconferência exposta na internet. Houve falhas em análises de créditos, afetando a capacidade de pagamento por parte das empresas que tomaram recursos emprestados. Daí o provisionamento incluído no balanço.
FACILIDADES POLÍTICAS – Entretanto, tem-se que levar em conta as facilidades políticas através das quais os créditos foram liberados, incluindo em vários casos a concessão de juros superincentivados. O artificialismo que marcou as administrações da quase ex-presidente Dilma Rousseff, ao lado da influência do ex-presidente Lula em diversas transações envolvendo investimentos de empresas empreiteiras em outros países, a meu ver acarretou a situação de desequilíbrio, pois não tem cabimento qualquer estabelecimento bancário operar praticamente cobrando juros negativos, ou seja taxas inferiores aos índices inflacionários ou a créditos pagos pelo governo federal. Entre estes créditos os baseados na Taxa Selic.
ABAIXO DA SELIC – Essa taxa Selic de 14,25%a/a remunera as notas do Tesouro Nacional que lastreiam a dívida interna federal. Em muitos casos, empresas recebiam créditos do BNDES, ou do Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, a taxas inferiores a da SELIC.
Ganhavam assim prazos que separavam o recebimento de recursos do governo da aplicação financeira que fariam e seus projetos. A diferença proporcionava-lhes um lucro fácil sem contrapartida de qualquer risco. Este fenômeno repetido ao longo dos últimos doze ou treze anos funcionou como instrumento de concentração de renda sem o respectivo reflexo no plano social. Prova disso é o índice estratosférico de desemprego que atinge o Brasil e ao mesmo tempo, bloqueia o acesso das novas gerações ao mercado de trabalho na velocidade exigida pelo crescimento demográfico do país.
UM DESASTRE – Todas estas questões acentuam um desastre de grandes dimensões que abalou o Brasil, e criou uma fantasia que não resistiu ao passar de um tempo curto entre sua divulgação e a resposta da realidade. O ex-presidente Lula chegou a dizer que a pobreza extrema no Brasil descera de 25% para uma escala de 3,5 pontos. Os fatos de hoje revelam o contrário das versões de ontem.
Afinal de contas, não tem cabimento um banco de fomento econômico operar com prejuízo. Simplesmente porque significa que o país inteiro está atuando sob um regime de déficit social. E este déficit social que atinge em cheio o presente e ameaça a comprometer o futuro das novas gerações. Algo precisa mudar. O BNDES destacou esta realidade ao iluminar as sombras deixadas pelo passado recente.

14 de agosto de 2016
Pedro do Coutto

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