"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 15 de abril de 2016

VELHOS FANTASMAS RESSURGEM PARA REFORÇAR O PETROLÃO


Marcos Valério quis fazer delação, mas o Supremo rejeitou




















A Operação Carbono 14, nova fase da Lava Jato, uniu os três maiores escândalos que envolveram o PT e seus principais dirigentes neste século: o assassinato de Celso Daniel, prefeito de Santo André, em 2002, o mensalão, em 2005, e o petrolão de agora. Os petistas preferem ver os casos como estanques, cada um com sua própria lógica e narrativa. O PT, forçado pelas circunstâncias de cada momento, reconhece alguns erros, mas se vê vítima de uma reiterada campanha de difamação, em que o único ponto em comum é a tentativa de destruir o partido e seus governos. Não conseguiram na morte de Daniel, tentaram de novo no mensalão e agora voltam à carga com a Lava Jato, reza o credo petista.
UMA NOVA HISTÓRIA
O que a esta operação da Lava Jato faz é criar uma nova história. Há sólidas evidências de que não existem três casos isolados, mas um único enredo de corrupção e apropriação do Estado em que o modus operandi se prolonga no tempo. Personagens se reencontram e pulam de um escândalo para outro.
Isso já havia sido verificado em parte com as prisões do ex-ministro José Dirceu, primeiro no mensalão, agora no petrolão. Mas o que a nova operação revela é algo maior. O ainda inexplicado assassinato de Celso Daniel, na época coordenador do programa de governo do candidato Lula, retorna como o fato fundador da associação do PT à criminalidade pesada.
OPERAÇÃO SILÊNCIO
O empresário Ronan Maria Pinto, personagem de proa àquela época, é apontado como destinatário de R$ 6 milhões de um empréstimo fraudulento do Banco Schahin, articulado por José Carlos Bumlai, amigo de Lula, para que Pinto não contasse o que sabe sobre o assassinato. Silvio Pereira e Delúbio Soares, dois dos protagonistas do mensalão, novamente voltam à berlinda como facilitadores dessa operação. Marcos Valério de Souza, o operador do esquema de financiamento ilegal que quase derrubou Lula naquela época, corrobora a operação para silenciar Ronan.
Para a presidente Dilma Rousseff, às vésperas de uma dura votação sobre seu impeachment, e para Lula, pessoa muito próxima de vários dos implicados nos diversos escândalos, o cenário não poderia ser pior. Velhos fantasmas adormecidos ressurgem para reforçar as suspeitas de agora, a serem apuradas com maior profundidade depois do impeachment.

15 de abril de 2016
Fábio Zanini
Folha

Nenhum comentário:

Postar um comentário