"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 12 de março de 2016

NOMEAÇÃO DE FILHA DE FUX EXIBE NEPOTISMO NO JUDICIÁRIO




Luiz Fux nomeou a filha para desembargadora no Rio



















Reportagem do jornalista Fernando Molica, no jornal “O Dia” nesta quinta-feira (10), trata da nomeação da advogada Marianna Fux, filha do ministro do Supremo Tribunal Federal Luiz Fux, escolhida para ser a mais nova desembargadora do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, em texto sob o título “Fux impede tramitação de processo contra lei que beneficia magistrados”.
“Segunda colocada na lista sêxtupla encaminhada pela OAB-RJ ao Tribunal de Justiça, Marianna ficou em primeiro lugar na votação feita pelos desembargadores beneficiários diretos do pedido de vista feito há quase quatro anos pelo pai da futura colega”, afirma Molica.
Sob o título “Suspenso julgamento sobre normas do TJ-RJ“, este Blog publicou em 18/5/2012 que um pedido de vista do ministro Luiz Fux suspendeu o julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade ajuizada no Supremo pela Procuradoria Geral da República questionando a constitucionalidade da Lei nº 5.535/2009 do Estado do Rio de Janeiro, que dispõe sobre a organização da magistratura fluminense.
BENEFÍCIOS SEM FIM
Em 13/9/2015, este Blog citou reportagem de Marco Antônio Martins, publicada na Folha, revelando que o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro “é a Corte que concede mais auxílios aos seus integrantes entre os Tribunais de Justiça do Sudeste”.
Na ocasião, o TJ-RJ começara a pagar o auxílio-educação. Os magistrados estaduais contavam com auxílio-moradia, auxílio-alimentação, auxílio-creche, auxílio-funeral e auxílio-adoção.
No mesmo ano em que Fux pediu vista na ação movida pela PGR questionando o pagamento de penduricalhos, a então corregedora nacional de Justiça, ministra aposentada Eliana Calmon, fez o seguinte diagnóstico:
“No Rio, houve um complô de tal forma que hoje nós temos Tribunais de Justiça, Poder Legislativo e o Executivo todos coniventes com aqueles salários altíssimos pagos aos desembargadores. Isso não pode ser a troco de nada, porque o Rio padece de uma série de deficiências. E nós vamos encontrar o quê? Uma absoluta inação do Poder Judiciário para alguns segmentos, algumas demandas”.
FILHA DE MARCO AURÉLIO
Em julho de 2013, reportagem de Leandro Colon e Diógenes Campanha, publicada na Folha, tratou da indicação das advogadas Letícia Mello, filha do ministro Marco Aurélio Mello, do STF, e Marianna Fux, filha do ministro Luiz Fux, para vagas de desembargadoras pelo Quinto Constitucional nas Justiças federal e estadual, respectivamente. A reportagem informou que Marianna trabalhava no escritório do advogado Sérgio Bermudes, amigo de Fux.
Fux não respondeu aos pedidos de entrevista da Folha, na ocasião, e as duas candidatas não se manifestaram.
“É pecado [a indicação]?”, perguntou o ministro Marco Aurélio. “É justo que nossos filhos tenham que optar por uma vida de monge?”, questionou.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG –
 O fato é que esse nepotismo explícito é uma vergonha nacional de fazer Getúlio Vargas e Lindolfo Collor se revirarem nos túmulos. O Executivo e o Judiciário simplesmente costumam jogar a chamada meritocracia na lata do lixo. Isso tem de acabar. A declaração do ministro Marco Aurélio é um tapa no rosto dos brasileiros que estudam para fazer concursos públicos. A culpa também é do Congresso, que deveria aprovar uma lei acabando com o chamado quinto constitucional, que coloca advogados sem notório saber em tribunais e perpetua as dinastias podres desses falsos juristas tipo Marco Aurélio Mello e Luiz Fux. Será que Sobral Pinto, Eliezer Rosa e Milton Campos procederiam assim? Dá vontade de vomitar… (C.N.)

12 de março de 2016
Frederico Vasconcelos
Blog Interesse Público

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