"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 14 de março de 2016

JUNTO COM A CRISE, CRESCE A VIRULÊNCIA ENTRE GLOBO E LULA



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Alexandre Garcia responde ao Instituto Lula, ao vivo
















Paralelamente à radicalização política no país, uma outra divisão, de caráter quase individual, vem crescendo e atingiu seu auge –até o momento– no “Jornal Nacional” de sábado, horas antes das manifestações. O principal telejornal da Globo questionou longamente um pedido de resposta do ex-presidente, dizendo que “não é verdade” que deixou de procurar Lula para registrar sua reação às acusações dos três promotores paulistas.
Apresentou um e-mail como prova de sua solicitação de comentário. No domingo, o Instituto Lula contra-atacou postando que a reprodução do e-mail pelo “JN” havia apagado o logotipo do canal Globonews, cujo repórter havia solicitado o comentário, numa “farsa” para “enganar o público”.
Amontoaram-se críticas e ironias, das duas partes, no episódio todo. Mas o que chamou a atenção foram os 7min8s do “JN”, inclusive 1min46s para trechos da resposta pedida por Lula –ao que parece mostrados preventivamente, pois os advogados do ex-presidente “preparam medidas judiciais”.
VÁRIAS “TIRADAS”
Houve várias tiradas pela voz de Alexandre Garcia, como: “Se os fatos são ofensivos ao ex-presidente”, não é culpa da Globo. Ou ainda: “A emissora não é parte nas investigações a que está sujeito o ex-presidente”.
Sobre esta última ironia do “JN”, há duas semanas um parlamentar próximo a Lula pediu investigação de um imóvel supostamente vinculado à família que controla a Globo – e já mencionado publicamente pelo ex-presidente.
A denúncia, levantada por blogueiros também próximos a Lula, coincidiu com o aumento nas menções a seus familiares no “JN”, o que talvez ajude a compreender a crescente virulência dos ataques de parte a parte.
Um dos blogueiros da denúncia sobre o imóvel é Fernando Brito, curiosamente o autor do célebre direito de resposta de Leonel Brizola no “JN”, pela voz de Cid Moreira, em 15 de março de 1994.
A audiência da Globo e o poder do governador do Rio estavam então no seu maior patamar. Não se pode dizer o mesmo da Globo e do Lula de hoje, ambos com influência limitada sobre os acontecimentos, mas o rancor só faz crescer.

14 de março de 2016
Nelson De Sá
Folha

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