"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 15 de março de 2016

GOVERNO ATACA A JUSTIÇA

WAGNER: MORO TRAÇOU PLANO DE CRIMINALIZAÇÃO DA POLÍTICA E FOI O REI DOS PROTESTOS
MINISTRO ATACA JUIZ-HEROI QUE DESMANTELA CORRUPÇÃO NO GOVERNO


MINISTRO DA CASA CIVIL SALIENTOU AINDA QUE OS PROTESTOS MOSTRARAM A NEGAÇÃO DA POLÍTICA, POIS 'OS PARLAMENTARES DA OPOSIÇÃO NÃO TIVERAM BENEPLÁCITO' (FOTO: JOSÉ CRUZ/ABR)



O ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, afirmou nesta segunda-feira, 14, que a figura pública mais celebrada nas manifestações deste domingo contra o governo foi o juiz federal Sérgio Moro, a quem acusou de "traçar um plano de criminalização da política". "O rei da festa foi o Moro", disse Wagner, depois de participar nesta manhã da reunião com a presidente Dilma e outros ministros da coordenação política do governo que avaliou o impacto dos protestos e as estratégias diante da onda de manifestações.

"Há o reconhecimento de que a manifestação foi vigorosa, e há o reconhecimento que das últimas foi a mais produzida, com envolvimento de federações e empresas", afirmou, destacando que isso "não tira o valor" dos protestos.

Para o ministro, "o bom ou mau humor" da rua tem a ver com o bom ou mau humor da economia, e apesar de dizer que o governo não tem solução mágica para a crise, salientou que "o impeachment não é remédio nem para crise econômica nem impopularidade".

O ministro rechaçou ainda a comparação com os protestos que pediam as Diretas Já e disse que essa análise "é absolutamente indevida" e que era outro momento. "Nas diretas ninguém patrocinou", disse. "São naturezas diferentes, numericamente não sei, mas do ponto de vista motivacional é totalmente diferente."

Na maior manifestação da história do País, milhões de brasileiros foram às ruas neste domingo, 13, em pelo menos 239 cidades nas cinco regiões, pedir a saída da presidente Dilma. De acordo com institutos de pesquisa, Polícia Militar e historiadores consultados pela reportagem, os atos públicos de ontem superaram em adesão as manifestações das Diretas-Já (movimento pelo fim da ditadura entre 1983 1984) e do movimento conhecido como Junho de 2013 (série de protestos desencadeada pelo aumento do preço das passagens do transporte público).

Wagner destacou que há um claro foco de insatisfação com o governo e insistiu que o perfil dos que foram protestar era "claramente oposicionistas" e provavelmente eleitores do senador tucano, Aécio Neves (PSDB-MG), derrotado por Dilma nas eleições.

Apesar disso, o ministro salientou que os protestos mostraram a negação da política, até porque "os parlamentares da oposição não tiveram beneplácito". "Quem achou que ia faturar, não faturou", afirmou.

Para o ministro, os atos de domingo dão mais responsabilidade para quem está no comando das instituições e aumentam a preocupação no sentido de que eles não apontam uma solução e, às vezes, partem para um ataque pessoal. "Mesma pressão que a rua faz contra corrupção tem que fazer pela reforma política. Essa era a bandeira que deveria ser levantada, senão não muda nada", afirmou. (AE)



15 de março de 2016
diário do poder

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