A justificativa apresentada por Pezão para a medida é surrealista: o aumento das tarifas de energia elétrica foi maior do que o previsto, afetando os lucros da empresa. Ora, o aumento das contas de luz onerou a economia de todos os consumidores. Por que o socorro apenas à SuperVia?
A situação no Estado beira a calamidade pública. O próprio Pezão foi obrigado a decretar situação de emergência na área de saúde no Rio. O secretário de Saúde se demitiu, alegando que vai se candidatar no ano que vem, e pelo menos 11 hospitais e 17 UPAs estavam recusando pacientes por falta de condições de funcionamento no momento em que este artigo estava sendo escrito.
OUTRAS BARBARIDADES
A Uerj está a ponto de fechar as portas. Os alunos se cotizam para pagar o transporte de funcionários responsáveis pela limpeza, há meses sem receber. E o governador, sem dinheiro para pagar o décimo terceiro salário dos servidores, acena com uma inacreditável proposta: que eles busquem empréstimos na rede bancária. É um escândalo que, nesse quadro, o estado resolva pagar a conta de luz da SuperVia.
Mas as barbaridades não param aí. Pezão deu benefícios fiscais a grandes empresas, que deixarão de pagar mais de R$ 35 bilhões em ICMS até 2018. Entre elas estão Ambev, Jaguar, Land Rover e Nissan. Seus interesses foram considerados pelo governador mais importantes do que as necessidades da população. E ainda há quem diga que crime organizado é o que comete um adolescente de favela que vende um papelote de cocaína.
Que Pezão é candidato a ser o pior governador do Estado do Rio nas últimas décadas, já se sabe. Ele chega a dar saudades de seu padrinho político, o inesquecível Sérgio Cabral, com suas dancinhas de cancã em Paris, de guardanapo na cabeça.
PRESENTE DE NATAL
Que Pezão e seu secretário de Segurança, Mariano Beltrame, não controlam a PM, sendo coniventes com o fato de ela ter se transformado numa máquina de assassínio de jovens pobres e negros, também se sabe. Mas é preciso que a população saiba também que, enquanto o estado afunda, Pezão está dando à Odebrecht esse presente de Natal.
Aliás, no mesmo dia em que ele foi aprovado, a Alerj rejeitou proposta de que não houvesse reajustes das tarifas cobradas pela SuperVia ao longo de 2016, atendendo a outro pedido de Pezão.
Francamente, só mesmo lembrando a música de Chico Buarque: “Chama o ladrão, chama o ladrão!”
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – O oportuno e revelador artigo foi enviado pelo comentarista Celso Serra, que enviou mensagem levantando uma dúvida: Será que o Pezão virou “Mãozão”? Bem, o fato é que Pezão era secretário de Obras no Rio, quando houve o escândalo das relaçõe$$$ de Cabral com o empreiteiro Cavendish, da Delta, que chegou a ser concunhado do governador. Na época, era Pezão quem assinava os contratos, entrando no clima da Mão Grande. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – O oportuno e revelador artigo foi enviado pelo comentarista Celso Serra, que enviou mensagem levantando uma dúvida: Será que o Pezão virou “Mãozão”? Bem, o fato é que Pezão era secretário de Obras no Rio, quando houve o escândalo das relaçõe$$$ de Cabral com o empreiteiro Cavendish, da Delta, que chegou a ser concunhado do governador. Na época, era Pezão quem assinava os contratos, entrando no clima da Mão Grande. (C.N.)
31 de dezembro de 2015
Cid Benjamin
O Globo
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