Madame disse que não vai cair. Ótimo para ela, se à intenção corresponderem os fatos. O diabo é que em queda livre também está o trabalhador, sem a contrapartida do empresário. Enquanto o lucro dos bancos continua intocável, o especulador aplaude a elevação dos juros e as empreiteiras continuam faturando com contratos no exterior, o assalariado vê-se submetido a um massacre crescente.
O seguro-desemprego foi para o espaço, assim como o abono salarial. As viúvas perderam pensões. Haverá uma redução entre 30 e 15% no salário dos operários, acrescida do escárnio da mesma proporção na jornada de trabalho, sem que o governo explique o que fará o infeliz com duas horas por dia de braços cruzados, sem encontrar outra ocupação ou emprego para preencher o vazio.
Enquanto isso, aumentaram impostos, taxas e tarifas, sem falar na alta do custo de vida, dos gêneros de primeira necessidade, da gasolina e dos transportes. E dos remédios. Antes congelados, agora os salários são reduzidos, exceção de categorias especiais do serviço público e de dirigentes de empresas públicas e privadas.
DONOS DO PODER
Tudo por obra e graça de quem não quer cair e pertence ao Partido dos Trabalhadores, organização hoje posta a serviço das elites. Centrais sindicais e sindicatos obrigam-se a aceitar as imposições dos donos do poder, encontrando-se na situação de se ficarem, o bicho come, se correrem, o bicho pega. Desfaz-se o sonho dos companheiros de mudar o país, se é que algum dia sonharam acima e além de obter cargos e empregos. Mesmo assim, as indústrias multinacionais e nacionais continuam demitindo em massa.
Não se trata de a presidente Dilma levar ou não um tombo, mas de perceber a falência e o fracasso do modelo que um dia o Lula e ela prometeram substituir.
Quanto mais insistem nas fórmulas canhestras de sacrificar os mais fracos, os companheiros mais despencam.
Quanto mais insistem nas fórmulas canhestras de sacrificar os mais fracos, os companheiros mais despencam.
O governo já cortou fundo nos investimentos e na manutenção da saúde e da educação, da segurança e dos transportes. As obras públicas estão paralisadas e as aposentadorias, desgastadas. Não seria a queda a melhor solução?
08 de julho de 2015
Carlos Chagas
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