Assim é se lhe parece: a presidente Dilma Rousseff fez bem em rodar a baiana na entrevista que concedeu à Folha de S. Paulo. Cada vez mais isolada, inclusive pelo seu próprio partido, o PT, ela saiu em defesa dela mesma e do seu governo.
Excedeu-se? É possível. Mas é difícil não se exceder quando o que está em causa é a reputação. E também o futuro. Dilma não suporta mais conviver com a suspeita de que roubou ou de que foi conivente com o roubo, seja nos governos Lula ou nos seus.
Quando é de honra que se trata, como alguém que se sente injustiçada pode reagir com calma ou frieza? Se ela não viesse a público dizer que terminará seu mandato, pareceria acuada. Ou então resignada com as ameaças que pesam sobre ela.
Ou então assim é se lhe parece: a presidente Dilma Rousseff deu um tiro no pé ao dizer o que disse em entrevista à Folha de S. Paulo. O impeachment dela era uma ideia estacionada na Praça dos Três Poderes, em Brasília, tendo de um lado o Congresso e do outro a estátua da Justiça.
Pois bem: Dilma convidou a ideia do impeachment para subir a rampa do Palácio do Planalto e bater à porta do seu gabinete de trabalho no terceiro andar. O impeachment passou a fazer parte da pauta presidencial, do mobiliário presidencial. Não importa que ela o tenha descartado. E daí?
Dilma quer ganhar a discussão na base do grito. Não haverá impeachment porque ela não quer! Que tentem para ver! Pura conversa. Ou arrogância pura. O impeachment depende dos Poderes Judiciário e Legislativo. Dilma tem como se defender dele. Como impedi-lo, não tem.
Assim é como me parece: antes da entrevista de Dilma, o impeachment parecia algo ao alcance da mão. Parecia, embora não fosse. Depois da entrevista, parece ter ficado mais distante. Mas só parece. Fora Dilma, quem se revela disposta a defendê-la e ao seu governo? Quem a apoia?
O distinto público, não. O Chile está traumatizado com a queda da aprovação de sua presidente para apenas 27%. Dilma é aprovada por 9% dos brasileiros. A crise econômica se agrava e está destinada a durar mais do que se esperava. A base de apoio a Dilma no Congresso esfarelou-se.
Mesmo que não seja derrubada, Dilma tem tudo para terminar o seu segundo mandato como o presidente pior avaliado da História do país. Se for assim, o PT dará adeus ao poder e Lula ao sonho de voltar a ser presidente. Para o PT e para Lula, isso é pior do que o impeachment.
08 de julho de 2015
Ricardo Noblat
Excedeu-se? É possível. Mas é difícil não se exceder quando o que está em causa é a reputação. E também o futuro. Dilma não suporta mais conviver com a suspeita de que roubou ou de que foi conivente com o roubo, seja nos governos Lula ou nos seus.
Quando é de honra que se trata, como alguém que se sente injustiçada pode reagir com calma ou frieza? Se ela não viesse a público dizer que terminará seu mandato, pareceria acuada. Ou então resignada com as ameaças que pesam sobre ela.
Ou então assim é se lhe parece: a presidente Dilma Rousseff deu um tiro no pé ao dizer o que disse em entrevista à Folha de S. Paulo. O impeachment dela era uma ideia estacionada na Praça dos Três Poderes, em Brasília, tendo de um lado o Congresso e do outro a estátua da Justiça.
Pois bem: Dilma convidou a ideia do impeachment para subir a rampa do Palácio do Planalto e bater à porta do seu gabinete de trabalho no terceiro andar. O impeachment passou a fazer parte da pauta presidencial, do mobiliário presidencial. Não importa que ela o tenha descartado. E daí?
Dilma quer ganhar a discussão na base do grito. Não haverá impeachment porque ela não quer! Que tentem para ver! Pura conversa. Ou arrogância pura. O impeachment depende dos Poderes Judiciário e Legislativo. Dilma tem como se defender dele. Como impedi-lo, não tem.
Assim é como me parece: antes da entrevista de Dilma, o impeachment parecia algo ao alcance da mão. Parecia, embora não fosse. Depois da entrevista, parece ter ficado mais distante. Mas só parece. Fora Dilma, quem se revela disposta a defendê-la e ao seu governo? Quem a apoia?
O distinto público, não. O Chile está traumatizado com a queda da aprovação de sua presidente para apenas 27%. Dilma é aprovada por 9% dos brasileiros. A crise econômica se agrava e está destinada a durar mais do que se esperava. A base de apoio a Dilma no Congresso esfarelou-se.
Mesmo que não seja derrubada, Dilma tem tudo para terminar o seu segundo mandato como o presidente pior avaliado da História do país. Se for assim, o PT dará adeus ao poder e Lula ao sonho de voltar a ser presidente. Para o PT e para Lula, isso é pior do que o impeachment.
08 de julho de 2015
Ricardo Noblat
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