A Polícia Federal concluiu sete inquéritos que apuram a responsabilidade criminal de quatro ex-parlamentares, três dos quais presos na 11.ª fase da Operação Lava Jato – Luiz Argôlo (SD/BA), Pedro Corrêa (PP/PE) e André Vargas (sem partido/PR). Os três e Aline Corrêa (PP-PE), filha de Pedro Corrêa, foram indiciados.
Segundo a PF, os ex-parlamentares foram indiciados por corrupção, fraude a licitações, lavagem de dinheiro, organização criminosa e outros delitos. Ao todo, trinta investigados foram indiciados. Em alguns casos houve investigados que foram indiciados em mais de um procedimento.
Vargas foi preso em 10 de abril, na Operação A Origem – 11 ª fase da Lava Jato. Segundo a força-tarefa, a agência de publicidade BorghiLowe Propaganda e Marketing Ltda, que administra contas publicitárias de órgãos como a Caixa Econômica Federal e o Ministério da Saúde, teria contratado serviços de seis outras empresas para a realização de serviços de publicidade para o banco estatal e o ministério, e as orientado a realizar pagamentos de comissões de bônus de volume nas contas das empresas Limiar e LSI controladas por André Vargas e seus irmãos.
LAVAGEM DE DINHEIRO
Ele também está sob suspeita por lavagem de dinheiro na compra da própria casa em Londrina, no interior do Paraná. O imóvel foi sequestrado por ordem do juiz federal Sérgio Moro. Vargas declarou a compra do imóvel por R$ 500 mil, segundo consta da escritura. Mas o vendedor, em sua declaração de rendimentos, declarou o negócio por R$ 980 mil, “preço integralmente recebido em 2011″.
O ex-parlamentar é investigado ainda pelo repasse de R$ 2.399.511,60, em espécie, do doleiro Alberto Youssef, personagem central do esquema de corrupção na Petrobrás, para o ex-deputado. Seu envolvimento com o doleiro levou Vargas a ter o mandato cassado em dezembro do ano passado e também ser expulso do PT.
CORRÊA E ARGOLO
Segundo o decreto de prisão de Pedro Corrêa, ele teria recebido propinas do esquema de corrupção na Petrobrás mesmo quando estava sob julgamento no Supremo Tribunal Federal no processo do mensalão. Seu mandato foi cassado pela Câmara dos Deputados em 15 de março de 2006 no âmbito do mensalão.
O ex-deputado Luiz Argôlo teria recebido ao menos R$ 1,2 milhão do doleiro Alberto Youssef. Segundo as investigações da Polícia Federal, ele chegou ainda a ser sócio do doleiro na empresa Malga Engenharia. O próprio doleiro, em sua delação, afirmou que fez repasses a Argôlo desde quando o conheceu, em 2011. Segundo a Procuradoria da República, o ex-parlamentar teria recebido bens, propina e teria tido contas pagas pelo doleiro.
13 de maio de 2015
Andreza Matais e Ricardo Brandt
Estadão
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