O PT estava mal acostumado no Congresso Nacional.
Nos últimos doze anos só jogou para a plateia, confiante no adesismo de uma base aliada camaleônica disposta a fazer qualquer papel, até os mais antipáticos.
Não era preciso suar a camisa e nem mostrar a cara. Até a oposição facilitava a vida dos petistas, com uma postura tíbia e vacilante.
Por esse caminho, CPIs foram soterradas, quando não transformadas em óperas bufas, e o Executivo mandou e desmandou em um Parlamento disposto até a revogar a lei da gravidade, se este fosse o desejo do Planalto.
Hoje o tabuleiro é outro. Há uma correlação de forças menos desigual no Poder Legislativo e a crise dividiu a base governista. Não só a crise, mas também o amadorismo da presidente Dilma Rousseff e sua turma, responsáveis por uma inédita sucessão de trapalhadas num curto espaço de apenas quatro meses.
Duas mudanças qualitativas em relação à legislatura passada: a oposição, em especial o PSDB e o PSB, saiu fortalecida das urnas e o PMDB não aceita mais ser um satélite a girar em torno do PT.
Nessa nova realidade, o jogo da política volta a ser jogado.
Como acontece nos países de democracia consolidada, quem é governo arregaça as mangas e se submete a tempestades e trovadas para aprovar no Legislativo o que é de seu interesse. E quem é oposição azucrina a vida de quem está no poder, sem cair na chantagem de que está fazendo oposição ao país.
Espera-se que PSDB e PSB tenham entendido esse papel delegado pelas urnas e comecem a se movimentar em um cenário onde a maioria governista é gelatinosa e circunstancial.
Os profissionais do PMDB operam essas artimanhas como ninguém. Dia sim, outro também, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (RJ), submete derrotas ao governo e vexames ao PT.
Reconheça-se, na votação da medida provisória do seguro-desemprego o presidente da Câmara fez o PT sair do armário e mostrar sua verdadeira face.
Era cômodo o Partido dos Trabalhadores se apresentar como vestal na TV e no escurinho do cinema, ou melhor, em votações simbólicas da Câmara, agir de maneira completamente diferente.
Essa moleza acabou. Os peemedebistas mostraram que na política quem ajoelha tem de rezar.
Importa aos opositores de Dilma e do PT não perder o foco. Saber quem é o adversário, não gastar pólvora, chumbo e bala com o lado errado.
Dessa forma, na desastrada ação da PM do Paraná para reprimir grevistas, não tinham que sair atirando publicamente no governador Beto Richa.
Assim como, em São Paulo, é preciso ter clareza que, no momento, a senadora e pré-candidata à prefeitura da capital, Marta Suplicy, não é um problema do PSDB e sim do atual prefeito petista Fernando Haddad e de seu criador, o ex-presidente Lula.
Da mesma forma, Eduardo Cunha e o PMDB são um problema do PT, de Lula e Dilma.
É uma lei da política: não se chuta aliado, nem o de hoje e nem o provável de amanhã.
Nos últimos doze anos só jogou para a plateia, confiante no adesismo de uma base aliada camaleônica disposta a fazer qualquer papel, até os mais antipáticos.
Não era preciso suar a camisa e nem mostrar a cara. Até a oposição facilitava a vida dos petistas, com uma postura tíbia e vacilante.
Por esse caminho, CPIs foram soterradas, quando não transformadas em óperas bufas, e o Executivo mandou e desmandou em um Parlamento disposto até a revogar a lei da gravidade, se este fosse o desejo do Planalto.
Hoje o tabuleiro é outro. Há uma correlação de forças menos desigual no Poder Legislativo e a crise dividiu a base governista. Não só a crise, mas também o amadorismo da presidente Dilma Rousseff e sua turma, responsáveis por uma inédita sucessão de trapalhadas num curto espaço de apenas quatro meses.
Duas mudanças qualitativas em relação à legislatura passada: a oposição, em especial o PSDB e o PSB, saiu fortalecida das urnas e o PMDB não aceita mais ser um satélite a girar em torno do PT.
Nessa nova realidade, o jogo da política volta a ser jogado.
Como acontece nos países de democracia consolidada, quem é governo arregaça as mangas e se submete a tempestades e trovadas para aprovar no Legislativo o que é de seu interesse. E quem é oposição azucrina a vida de quem está no poder, sem cair na chantagem de que está fazendo oposição ao país.
Espera-se que PSDB e PSB tenham entendido esse papel delegado pelas urnas e comecem a se movimentar em um cenário onde a maioria governista é gelatinosa e circunstancial.
Os profissionais do PMDB operam essas artimanhas como ninguém. Dia sim, outro também, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (RJ), submete derrotas ao governo e vexames ao PT.
Reconheça-se, na votação da medida provisória do seguro-desemprego o presidente da Câmara fez o PT sair do armário e mostrar sua verdadeira face.
Era cômodo o Partido dos Trabalhadores se apresentar como vestal na TV e no escurinho do cinema, ou melhor, em votações simbólicas da Câmara, agir de maneira completamente diferente.
Essa moleza acabou. Os peemedebistas mostraram que na política quem ajoelha tem de rezar.
Importa aos opositores de Dilma e do PT não perder o foco. Saber quem é o adversário, não gastar pólvora, chumbo e bala com o lado errado.
Dessa forma, na desastrada ação da PM do Paraná para reprimir grevistas, não tinham que sair atirando publicamente no governador Beto Richa.
Assim como, em São Paulo, é preciso ter clareza que, no momento, a senadora e pré-candidata à prefeitura da capital, Marta Suplicy, não é um problema do PSDB e sim do atual prefeito petista Fernando Haddad e de seu criador, o ex-presidente Lula.
Da mesma forma, Eduardo Cunha e o PMDB são um problema do PT, de Lula e Dilma.
É uma lei da política: não se chuta aliado, nem o de hoje e nem o provável de amanhã.
13 de maio de 2015
Hubert Alqueres
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