O Brasil está enfermo: fragilizado, corroído pela ganância, pela ignorância, pela corrupção que grassa em grande parte de seus entes públicos. Na semana passada, assistimos a mais um episódio dessa peça bufa, a “comédia da política brasileira”, protagonizada pelo então ministro da educação, ex-governador do Ceará e irmão de outro ex-governador e ex-ministro de Estado, e até candidato à Presidência da República, que chegou ao citado ministério por essas e outras qualificações.
Esses irmãos, caciques nas terras de Iracema, têm gênio difícil e “estopim curto”, tão curto que beira a ignorância. Em mais um de seus arroubos emocionais, e sem motivos aparentes, o então ministro disse publicamente que na Câmara Federal existem uns 300 ou 400 picaretas e corruptos, possivelmente imitando o demagogo ex-Luiz, que fez essa acusação e ficou impune, certamente por não ter sido levado a sério. A “marvada” que acusa é a mesma que perdoa…
E a Câmara Federal caiu na arapuca: tomada de brios, convocou o destemperado ministro, sumido no meio de outros tantos come-dormes da República, para se explicar de tamanha ofensa, mesmo não tendo sido ele o primeiro a cometê-la (o ex-Luiz, até agora, permanece intocável)… Foi assim que armaram o palanque para o show do mal-educado ministro ficar famoso como o novel Lampião. O “el cid” do Nordeste foi lá e, na “ensancha opurtunosa”, não só sustentou o que havia dito, como mandou que os outros vira-latas e infiéis largassem os ossos que lambiam…
Chamado às falas pelo presidente da Casa, que o advertiu sobre o decoro ferido e avisou que iria exigir do Executivo sua demissão, gritou alto: “Não carece de pedido, eu mesmo me demito”.
EL CID
O cara é mesmo como o Cid, herói de Burgos, na Espanha. Isso é a política do Brasil atual, que nos meus quase 30 anos de mandatos e vivência parlamentar não conheci. O cabra, de viva voz e corpo presente, aos gritos, “borra” no Congresso Nacional e fica tudo por isso mesmo, quer dizer… borrado. Ah… Brasil, meu Brasil brasileiro, mulato inzoneiro, quem te viu e quem te vê…
Pior é que não vislumbro saída para essa situação em que nos encontramos. E nessa situação sinto saudade de outros cearenses: José de Alencar, Rachel de Queiroz, Dr. Costa, meu querido pai, Marechal Castelo Branco, Patativa do Assaré, Chico Anísio e tantos outros.
MIXARIA DO MENSALÃO
O prejuízo da Petrobras é maior que o orçamento de Minas Gerais neste ano da graça de 2015: mais de R$ 80 bilhões. E nós, que nos assustamos com a “mixaria” do mensalão, cujos protagonistas estão livres e aposentados nas costas do povo. E ricos…
Precisamos nos preparar, pois depois do “petrolão”, que está apenas começando, virão as CPIs dos Fundos de pensão (Petros, Previ, etc.) e a que deve ser a pá de cal em nossos destinos: a CPI do BNDES, cujos atores serão quase os mesmos do “petrolão”, mais uns lobistas conhecidos. Conhecidos até demais, sabe?
Se o mundo não acabar, quem viver verá.
26 de março de 2015
Sylo Costa
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