O Ministério Público Federal vai tentar derrubar, nas denúncias contra investigados na Lava Jato, a queixa dos políticos de que há uma tentativa de “criminalização das doações eleitorais”.
Os procuradores da República colecionam provas – fluxograma de recursos, depoimentos, planilhas de coincidência de datas entre repasses a partidos e pagamentos na Petrobras – para demonstrar que as doações eram lavagem de propina fruto de desvios e superfaturamento em contratos na estatal.
Os procuradores da República colecionam provas – fluxograma de recursos, depoimentos, planilhas de coincidência de datas entre repasses a partidos e pagamentos na Petrobras – para demonstrar que as doações eram lavagem de propina fruto de desvios e superfaturamento em contratos na estatal.
Os investigadores negam que haja uma tese generalista sobre doações. “É o mesmo que dizer que apontar lavagem de dinheiro em postos de gasolina significa criminalizar a venda de combustíveis”, ironiza um membro da força-tarefa.
Na chamada petição do fim do mundo, de nº 5260, que descreve a quadrilha no petrolão, há e-mail de construtora que cobra de Alberto Youssef recibo de doação eleitoral pedida por ele.
IGUAL AO MENSALÃO
Para quem participa da apuração do petrolão, a choradeira sobre doações legais lembra o mantra de políticos no mensalão de que todos os crimes eram só caixa dois eleitoral.
Outra convicção do Ministério Público e da Polícia Federal é que a interrupção do mensalão, em 2005, aumentou a pressão sobre os diretores indicados por partidos na Petrobras para que pagassem propina a políticos.
O ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa diz claramente em seus depoimentos que a cobrança era menor até 2006.
RASTREANDO CONTAS
A empresa de investigação Kroll apresentou a deputados da CPI roteiro prévio para recuperar dinheiro no exterior. Além de rastrear contas de delatores, também deve se fixar na venda de ativos da Petrobras fora do país.
A comissão ainda ajusta termos do contrato, cujo custo é estimado em R$ 500 mil. Serão duas parcelas: uma na contratação e outra depois dos resultados.
26 de março de 2015
Vera Magalhães
Folha
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