"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 13 de março de 2015

GABRIELLI, O GÊNIO DA RAÇA PETRALHA, INVENTA A CORRUPÇÃO ORGÂNICA E A CORRUPÇÃO A VALORES DE MERCADO.


Estejam certos: nunca antes na história “destepaiz” se viu ou ouviu algo parecido. Não! Erro! Nunca antes na história deste mundo! José Sérgio Gabrielli, o petista que presidiu a Petrobras no período em que a empresa foi dominada por uma quadrilha, fez uma declaração que só não chega a ser surpreendente porque vem de quem vem. Segundo ele:

1: é impossível detectar corrupção na Petrobras;

2: ainda que tenha havido sobrepreço — leia-se: corrupção —, ele estava dentro dos parâmetros de mercado.

Assim, Gabrielli acaba de dar duas contribuições fundamentais à área de produção, administração e negócios. Aprendemos que:

1: existe uma corrupção que é orgânica. Se o mundo das empresas fosse um corpo, haveria o apêndice dos canalhas, que fazem parte do processo;

2: existe a corrupção de mercado.

Gabrielli é um cínico. Não é de hoje. Ele tem um profundo desprezo pela inteligência alheia e costuma argumentar com a mão no coldre, como se o fato de ser agressivo o tornasse certo ou uma pessoa séria. Foi assim que arrancou risos de escárnio quando insistiu que a compra da refinaria de Pasadena foi um bom negócio, o que já foi negado por Graça Foster, ex-presidente da estatal. Segundo o TCU, a operação rendeu um prejuízo à estatal de quase US$ 800 milhões.

Com arrogância característica, Gabrielli atribuiu a impossibilidade de detectar corrupção ao gigantismo da empresa. Assim, temos uma terceira lição: a corrupção é diretamente proporcional ao tamanho do empreendimento. Uma birosca da esquina sempre terá uma contabilidade honesta; já a Apple ou a Microsoft mereciam figurar num dos círculos do inferno.

Mas há mais: se, dado o tamanho da Petrobras, é impossível detectar corrupção, então corrupta a Petrobras era e… continua a ser. Como se trata de uma empresa pública e como não será privatizada, Gabrielli disse aos deputados que continuaremos a ser roubados.

Que grande contribuição a deste petista! É de tal sorte maldita sua herança na Petrobras que a atual direção não consegue nem fechar um balanço. Aliás, fico imaginando o que estão a pensar os investidores mundo afora depois das declarações de Gabrielli. Qual deve ser o rating de uma empresa que não tem como saber se alguns bilhões foram ou não para o ralo da corrupção?

De resto, como esquecer? Em 2009, instalou-se uma CPI para investigar irregularidades na Petrobras, inclusive na refinaria Abreu e Lima. Gabrielli e Dilma vieram a público para detonar a comissão. Diziam que nada havia a apurar. Dilma chamou a contabilidade da empresa de exemplar. Orçada originalmente em US$ 2,5 bilhões, a refinaria de Pernambuco já custou em torno de US$ 20 bilhões.

Mas sabem como é… Não dava para saber. Era a corrupção orgânica. Era, segundo Gabrielli, a corrupção de mercado.

Que nojo!


13 de março de 2015
Reinaldo Azevedo Veja online

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