"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 13 de março de 2015

ESTÁ TUDO RUIM, MAS VAI PIORAR SE HOUVER INTERVENÇÃO MILITAR




A quem interessa esse radicalismo que se vê nas manifestações?
É fato que o governo Dilma Rousseff significa uma tragédia brutal, nada dá certo, o país mergulhou numa de suas mais tenebrosas crises, que atinge, ao mesmo tempo, os meios econômicos, políticos e sociais. Também é fato que o PT se transformou numa verdadeira quadrilha e montou um esquema de corrupção jamais visto em países minimamente civilizados, com objetivo de amealhar recursos para a base aliada e eternizar o partido no poder. É fato, ainda, que o Legislativo sofre uma assustadora decadência cívica e moral, assim como o Judiciário, atingido por uma podridão nauseante, da qual nem mesmo o Supremo escapa, haja vista a recente manobra para que o ministro petista Dias Toffoli venha a presidir os inquéritos da Operação Lava Jato.
Tudo isso é rigorosamente verdadeiro e revoltante. Mas até agora nada justifica que haja uma intervenção militar, que vem sido defendida nas ruas por exaltados manifestantes. A democracia, por pior que seja, tem mecanismos que podem e devem ser acionados em sua própria defesa. Um deles é o estado de emergência, declarado quando se verifiquem situações de menor gravidade, mas prevendo apoio das Forças Armadas e suspensão parcial do exercício de direitos, liberdades e garantias.
Outra medida é o estado de sítio, quando as forças de segurança, para efeitos operacionais, ficam subordinadas às Forças Armadas, mas as autoridades administrativas civis continuam no exercício de suas atribuições, como ocorreu, por exemplo, em grande parte do governo Arthur Bernardes (1922 a 1926). Recorrendo ao estado de sítio, Bernardes superou sucessivas revoltas e levou seu governo até o final.
DEMOCRACIA, SEMPRE
Vivemos hoje uma fase política nauseabunda e putrefata, não há a menor dúvida. Mas não se deve defender intervenção militar. É preciso deixar a democracia seguir seu curso, ninguém pode acreditar que a solução deva ser uma nova ditadura, em pleno Século XXI.
Três séculos atrás, na Prússia, quando o rei Frederico II, da Prússia decidiu desalojar um moinho situado próximo a seu castelo em Sans-Souci, o morador da pequena propriedade fez com que desistisse, lembrando-lhe que “ainda há juízes em Berlim”. E podemos dizer praticamente a mesma coisa em relação ao Brasil de hoje. Em meio à podridão de nossa Justiça, ainda há juízes em Curitiba.
Na capital paranaense, o juiz federal Sérgio Moro está prosseguindo seu trabalho com a força-tarefa do Ministério Público e da Polícia Federal, e agora esse grupo de elite vai investigar em profundidade a elite dos governos petistas. Com plena autonomia e sem interferência do procurador-geral Rodrigo Janot ou do ministro-relator Teori Zavascki, eles vão devassar as atuações, as relações e as contas bancárias de políticos como Palocci, Dirceu, Vaccari, Dilma e Lula, entre outros.
DEMOCRACIA EM RISCO
Em meio à gravíssima crise que o país atravessa, as manifestações desta sexta-feira 13 e do domingo 15 são altamente preocupantes, porque colocam a democracia em risco. Se houver novos confrontos nas ruas, o clamor pela volta dos militares ao poder será intensificado, com toda certeza.
E a quem isso interessa? Realmente, a ninguém. A não ser aos próprios militares, se é que vocês me entendem, como dizia nosso grande amigo Maneco Muller, o famoso colunista Jacinto de Thormes.
Então, parodiando o poeta Carlos Drummond de Andrade, podemos sugerir: Sejamos democráticos, docemente democráticos…

13 de março de 2015
Carlos Newton

NOTA AO PÉ DO TEXTO

\Pior do que está muito dificilmente poderá piorar... Os laços da democracia afrouxam-se cada vez mais, rumo a violência e ao incitamento à quebra da ordem constitucional.
O que estamos assistindo, até então de certa forma passivamente, é um espetáculo que conduz o país a desordem civil, pela inoperância de um executivo alienado da realidade política e social e de um Congresso surdo-mudo diante dos repetidos atos de abuso da paciência do povo.
Nunca se assistiu a tanta corrupção e desfaçatez nas esferas administrativas das empresas estatais. Não bastasse isso, um ex-presidente que conclama o "exército" do MST para alinhar-se ao paredão vermelho que pretende salvar de qualquer forma, o seu projeto de poder. E tudo sob o comando e supervisão do Foro de São Paulo.
Imigrações suspeitíssimas engrossam as fileiras do pretenso "exército rebelde do petralhismo".
Então, quando surge a manifestação legítima de uma nação cansada de assistir a esbórnia, o descaramento e a hipocrisia de poderes públicos, teme-se que esta manifestação traga a "ditadura" militar, esquecendo-se de que os propósitos até agora visíveis, é levar o país ao autoritarismo do eufêmico e emblemático "socialismo do século XXI". Eufemismo, que como cobertor de pobre, deixa a mostra os pés do comunismo bolivariano, que como os do pavão, desmentem a beleza da plumagem.
E por acaso seriam os militares, como diz o texto, que estão interessados na desordem? Será que até agora, não se notou que por trás de toda a bagunça, de toda a corrupção está, como disse o Senador Aécio Neves, uma quadrilha criminosamente organizada? Será que tem cabimento lançar sobre os miliares a responsabilidade pelo que está acontecendo? Valha-me Deus!!!
Como em 1964, arma-se nos dias republicanos que correm, um golpe contra a liberdade e a democracia. E alguns pedem que continuemos em silêncio. Falta pedir que aplaudamos...
"Quosque tandem Catilina, abutere patientia nostra?"
m.americo

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