Alvo de tiroteio intenso entre as duas principais concorrentes ao Palácio do Planalto, Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PSB), o debate em torno da autonomia do Banco Central ganhou dois capítulos. O Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal) divulgou uma nota defendendo as autonomias operacional, financeira e administrativa da instituição, contrariando o discurso da presidente Dilma Rousseff. Internamente, o atual presidente do BC, Alexandre Tombini, tem dito a interlocutores e amigos que, sem autonomia, ninguém da atual diretoria permaneceria um dia sequer no cargo.
Marina assumiu a bandeira da autonomia total do Banco Central. A ideia já havia sido levantada por Eduardo Campos durante a fase da pré-campanha. A socialista, no dia em que foi efetivada como candidata a presidente, lembrou que essa era uma discussão interna — sobre a qual ela tinha alguma resistência —, mas que, como o ex-governador de Pernambuco resolveu antecipar a proposta para acalmar os mercados, ela não teve como recuar da ideia.
DILMA ATACA
Diante dessa posição da adversária, Dilma Rousseff intensificou os ataques, sobretudo nas recentes propagandas eleitorais, afirmando que Marina quer entregar a condução da política monetária para os bancos e, que isso, significaria menos recursos para os programas sociais do governo. De quebra, aproveitou-se da proximidade de Marina com Neca Setúbal, uma das responsáveis pelo programa de governo do PSB, herdeira do grupo Itaú e grande colaboradora do instituto fundado pela candidata, para dizer que a socialista “é sustentada por banqueiros”. Defendeu apenas a autonomia operacional da instituição.
O presidente regional do Sindicato no Distrito Federal, Max Meira, acrescenta que, quando a presidente Dilma fala que um BC independente significaria entregar a política monetária aos banqueiros e tiraria a capacidade de controle sobre possíveis atos ilícitos na instituição, ela está desrespeitando um quadro técnico competente e que foi elogiado pela condução do seu trabalho durante a crise de 2008. “O Banco Central precisa ter autonomia para definir a política de juros do Copom. Pelo modelo atual, quando os juros sobem, é culpa dos bancos. Quando eles caem, é pressão dos políticos”, afirmou.
16 de setembro de 2014
Paulo de Tarso Lyra e Vicente Nunes
Correio Braziliense
Marina assumiu a bandeira da autonomia total do Banco Central. A ideia já havia sido levantada por Eduardo Campos durante a fase da pré-campanha. A socialista, no dia em que foi efetivada como candidata a presidente, lembrou que essa era uma discussão interna — sobre a qual ela tinha alguma resistência —, mas que, como o ex-governador de Pernambuco resolveu antecipar a proposta para acalmar os mercados, ela não teve como recuar da ideia.
DILMA ATACA
Diante dessa posição da adversária, Dilma Rousseff intensificou os ataques, sobretudo nas recentes propagandas eleitorais, afirmando que Marina quer entregar a condução da política monetária para os bancos e, que isso, significaria menos recursos para os programas sociais do governo. De quebra, aproveitou-se da proximidade de Marina com Neca Setúbal, uma das responsáveis pelo programa de governo do PSB, herdeira do grupo Itaú e grande colaboradora do instituto fundado pela candidata, para dizer que a socialista “é sustentada por banqueiros”. Defendeu apenas a autonomia operacional da instituição.
O presidente regional do Sindicato no Distrito Federal, Max Meira, acrescenta que, quando a presidente Dilma fala que um BC independente significaria entregar a política monetária aos banqueiros e tiraria a capacidade de controle sobre possíveis atos ilícitos na instituição, ela está desrespeitando um quadro técnico competente e que foi elogiado pela condução do seu trabalho durante a crise de 2008. “O Banco Central precisa ter autonomia para definir a política de juros do Copom. Pelo modelo atual, quando os juros sobem, é culpa dos bancos. Quando eles caem, é pressão dos políticos”, afirmou.
16 de setembro de 2014
Paulo de Tarso Lyra e Vicente Nunes
Correio Braziliense
Nenhum comentário:
Postar um comentário