A menos de três semanas da eleição para a Presidência da República, a sociedade brasileira começa a refletir profundamente sobre o destino e as opções que se lhe apresentam, a partir de um divisor de águas cada vez mais claro: manter a ordem atual de coisas ou promover as mudanças necessárias para o país voltar a crescer e reduzir as desigualdades. Esse é o rubicão em que a nação se encontra.
Desde o governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2003), o regime democrático permite a reeleição, que funciona como espécie de confirmação de que o presidente da República está dando conta do recado, não frustrou as expectativas da sociedade, mesmo sob duras críticas dos adversários.
Por que, então, a presidente Dilma Rousseff enfrenta tantas dificuldades nestas eleições, mesmo dispondo de uma coalizão de partidos jamais vista e muito mais tempo de televisão e de rádio para a propaganda eleitoral do que os adversários? A resposta é óbvia: diante das contingências do mandato, não conseguiu fazer um bom governo. É por essa razão que não convence a maioria dos eleitores a renová-lo. Simples assim.
A sociedade é cindida em grupos e classes sociais com interesses contraditórios e antagônicos, muitas vezes pautados pela competição e pelo individualismo. Na realidade, na guerra de todos contra todos, são a desarmonia, os conflitos, as diferenças e as desigualdades sociais que tornam a política necessária para garantir a ordem e impedir a desagregação.
A política republicana deve mirar o bem comum, a Justiça, o bom governo. Res publica significa coisa pública. Põe em primeiro plano a comunidade e afirma sua predominância em relação aos interesses particulares e privados. O Estado deve ser a expressão da coisa pública, não dos interesses partidários. Aparentemente ingênua, essa concepção, porém, ganha força e se legitima na medida em que o governo funciona em benefício da sociedade e não apenas dos grupos encastelados no poder.
O fracasso da política econômica da atual mandatária e a crise ética na gestão da Petrobras são sintomas graves de mau governo, sem falar nas práticas políticas fisiológicas do presidencialismo de coalizão para garantir a maioria no Congresso Nacional. Os protestos de junho do ano passado e as pesquisas eleitorais são indicadores da ojeriza da sociedade àqueles que dão as cartas na vida nacional. A presidente Dilma Rousseff não faz bom governo. É preciso promover o reencontro da política com o bem comum.
16 de setembro de 2014
Editorial Correio Braziliense
Desde o governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2003), o regime democrático permite a reeleição, que funciona como espécie de confirmação de que o presidente da República está dando conta do recado, não frustrou as expectativas da sociedade, mesmo sob duras críticas dos adversários.
Por que, então, a presidente Dilma Rousseff enfrenta tantas dificuldades nestas eleições, mesmo dispondo de uma coalizão de partidos jamais vista e muito mais tempo de televisão e de rádio para a propaganda eleitoral do que os adversários? A resposta é óbvia: diante das contingências do mandato, não conseguiu fazer um bom governo. É por essa razão que não convence a maioria dos eleitores a renová-lo. Simples assim.
A sociedade é cindida em grupos e classes sociais com interesses contraditórios e antagônicos, muitas vezes pautados pela competição e pelo individualismo. Na realidade, na guerra de todos contra todos, são a desarmonia, os conflitos, as diferenças e as desigualdades sociais que tornam a política necessária para garantir a ordem e impedir a desagregação.
A política republicana deve mirar o bem comum, a Justiça, o bom governo. Res publica significa coisa pública. Põe em primeiro plano a comunidade e afirma sua predominância em relação aos interesses particulares e privados. O Estado deve ser a expressão da coisa pública, não dos interesses partidários. Aparentemente ingênua, essa concepção, porém, ganha força e se legitima na medida em que o governo funciona em benefício da sociedade e não apenas dos grupos encastelados no poder.
O fracasso da política econômica da atual mandatária e a crise ética na gestão da Petrobras são sintomas graves de mau governo, sem falar nas práticas políticas fisiológicas do presidencialismo de coalizão para garantir a maioria no Congresso Nacional. Os protestos de junho do ano passado e as pesquisas eleitorais são indicadores da ojeriza da sociedade àqueles que dão as cartas na vida nacional. A presidente Dilma Rousseff não faz bom governo. É preciso promover o reencontro da política com o bem comum.
16 de setembro de 2014
Editorial Correio Braziliense
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