"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 18 de julho de 2014

VAI, UBALDO, E REZE POR NÓS...

 
 

Vai Ubaldo, descansar... Ficamos nós aqui, com um imenso vazio, pois a sua ausência, é uma ausência que permanecerá, por ser insubstituível. Os que o liam, continuarão, num gesto falho, a procurar a sua crônica, deliciosa crônica, que debochava dos absurdos dessa vida.
Sentirão mais ainda os velhos amigos de Itaparica, onde você sorvia o seu chopinho e servia a todos com o seu humor bonachão, afetivo, derramado. Aquele humor baiano que só quem nasce por aquelas plagas, já nasce predestinado a carrega-lo.
Sentirá também a 'cariocada' do Leblon, que desfrutava da sua verve inesgotável, no boteco JOB, onde não sei dizer se gozava o privilégio de ter "a sua mesa".
Todos os que estiveram próximos, divertiram-se com o seu humor agridoce, ao qual nada passava despercebido, nem mesmo as 'coroas' plastificadas que provocavam a sua admiração e cobiça, quando rebolantes, desfilavam pelas calçadas do Leblon.
Seu leitor por muitos anos, fui admirador das suas incontestáveis crônicas, sempre saborosas, em que respingavam observações inteligentes e engraçadas. Desnecessário falar de suas obras literárias sabidamente consagradas. Fica isso para os críticos, mais preparados para as incansáveis exegeses na descoberta dos ecos das suas leituras e reminiscências que se escondem nas entrelinhas das suas obras.
Os que ficam por aqui, por enquanto, estarão cheios de tristeza e saudades antecipadas. Mas o que fazer?
Lamentar por alguns dias, reler algumas das obras preferidas, e consolar-se com a certeza de que o tempo se incumbirá de tornar perene para as gerações vindouras, o seu espírito que ficou disperso e esquecido em tantos de seus romances deliciosos.
Vai Ubaldo, e lamente por nós, os que ficam nesse mundo ensandecido...
m.americo


 

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