"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 7 de março de 2014

PT E DILMA DECIDEM HUMILHAR PMDB


PT peita líder do PMDB, Eduardo Cunha, que sugere que a maioria da bancada deseja romper a aliança.

Com o recrudescimento da troca de acusações públicas entre os aliados PT e PMDB, o governo decidiu que é preciso isolar Eduardo Cunha (RJ), líder peemedebista na Câmara e principal protagonista das críticas contra o Planalto, e tentar fortalecer outros setores do PMDB, sobretudo o representado pelo vice Michel Temer (SP). Em reunião anteontem à noite no Palácio da Alvorada, a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula orientaram aliados a não aceitar "ultimatos" de Cunha.

A fórmula do governo para tentar debelar a crise passa ainda por um receituário que até hoje foi incapaz de tirar o PMDB da lista dos principais problemas do governo no Congresso: liberação de emendas, cessão de cargos federais e aproximação com outros caciques do partido."O PMDB tem cinco ministérios, tem a vice-presidência, então o partido tem de esclarecer com o líder do PMDB se eles são oposição ou situação", resumiu ontem o presidente do PT, Rui Falcão, um dos presentes à reunião de anteontem com Dilma.

Alvo de críticas de Cunha nos últimos dias, Falcão afirmou que não iria entrar em "xingamentos" com ele, mas cobrou um posicionamento: "Não dá para ser governo e oposição ao mesmo tempo". Cunha, que no início da semana chegara a defender o rompimento da aliança nacional com o PT, rebateu imediatamente no Twitter. "Engraçado, sou agredido pelo Rui Falcão, respondo, aí ele vem e diz que não aceita ultimato Quem está dando ultimato? Ele quer se fazer de vítima", afirmou o peemedebista.

Antes de atender aos pedidos dos peemedebistas, o Planalto vai pedir a Temer que "resolva os problemas internos" de sua legenda. A avaliação é que há uma disputa dentro do partido. Temer é presidente licenciado da sigla, que comandou durante anos. Mas sua influência tem se mostrado inversamente proporcional ao crescimento de Cunha. O PMDB, dono do segundo maior tempo de televisão do horário gratuito na eleição, sente-se desprestigiado pelo Planalto. Pressiona por um sexto ministério, que Dilma, na reunião de anteontem, voltou a descartar.

Outro pleito da legenda, o apoio do PT em Estados-chave, como Rio e Ceará, também não será atendido.A formação dos palanques estaduais é uma das maiores reclamações do PMDB, vocalizada ontem novamente por Eduardo Cunha: "Ledo engano acharem que essa discussão da aliança está restrita aos problemas do Rio [onde o PT lançou pré-candidato em detrimento a apoiar o PMDB]. A coisa é mais complexa".

Na reunião de anteontem com a equipe da pré-campanha, o marqueteiro João Santana levou pesquisas a Dilma para dizer que quanto menos ela cede a políticos, mais ela é aprovada. Logo após o encontro conjunto, Dilma e Lula tiveram no fim da noite uma conversa a sós. O ex-presidente vinha fazendo reservadamente críticas ao estilo de governar de sua sucessora. (Folha de São Paulo)

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