PT peita líder do PMDB, Eduardo Cunha, que sugere que a maioria da bancada deseja romper a aliança.
Com o recrudescimento da troca de acusações públicas entre os aliados PT e PMDB, o governo decidiu que é preciso isolar Eduardo Cunha (RJ), líder peemedebista na Câmara e principal protagonista das críticas contra o Planalto, e tentar fortalecer outros setores do PMDB, sobretudo o representado pelo vice Michel Temer (SP). Em reunião anteontem à noite no Palácio da Alvorada, a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula orientaram aliados a não aceitar "ultimatos" de Cunha.
A fórmula do governo para tentar debelar a crise passa ainda por um receituário que até hoje foi incapaz de tirar o PMDB da lista dos principais problemas do governo no Congresso: liberação de emendas, cessão de cargos federais e aproximação com outros caciques do partido."O PMDB tem cinco ministérios, tem a vice-presidência, então o partido tem de esclarecer com o líder do PMDB se eles são oposição ou situação", resumiu ontem o presidente do PT, Rui Falcão, um dos presentes à reunião de anteontem com Dilma.
Alvo de críticas de Cunha nos últimos dias, Falcão afirmou que não iria entrar em "xingamentos" com ele, mas cobrou um posicionamento: "Não dá para ser governo e oposição ao mesmo tempo". Cunha, que no início da semana chegara a defender o rompimento da aliança nacional com o PT, rebateu imediatamente no Twitter. "Engraçado, sou agredido pelo Rui Falcão, respondo, aí ele vem e diz que não aceita ultimato Quem está dando ultimato? Ele quer se fazer de vítima", afirmou o peemedebista.
Antes de atender aos pedidos dos peemedebistas, o Planalto vai pedir a Temer que "resolva os problemas internos" de sua legenda. A avaliação é que há uma disputa dentro do partido. Temer é presidente licenciado da sigla, que comandou durante anos. Mas sua influência tem se mostrado inversamente proporcional ao crescimento de Cunha. O PMDB, dono do segundo maior tempo de televisão do horário gratuito na eleição, sente-se desprestigiado pelo Planalto. Pressiona por um sexto ministério, que Dilma, na reunião de anteontem, voltou a descartar.
Outro pleito da legenda, o apoio do PT em Estados-chave, como Rio e Ceará, também não será atendido.A formação dos palanques estaduais é uma das maiores reclamações do PMDB, vocalizada ontem novamente por Eduardo Cunha: "Ledo engano acharem que essa discussão da aliança está restrita aos problemas do Rio [onde o PT lançou pré-candidato em detrimento a apoiar o PMDB]. A coisa é mais complexa".
Na reunião de anteontem com a equipe da pré-campanha, o marqueteiro João Santana levou pesquisas a Dilma para dizer que quanto menos ela cede a políticos, mais ela é aprovada. Logo após o encontro conjunto, Dilma e Lula tiveram no fim da noite uma conversa a sós. O ex-presidente vinha fazendo reservadamente críticas ao estilo de governar de sua sucessora. (Folha de São Paulo)
A GUERRA CONTINUOU AGORA PELO TWITTER. CLIQUE E LEIA DE BAIXO PARA CIMA.
Nenhum comentário:
Postar um comentário