Imaginemos, num exercício de futurologia, que o Brasil conquiste o campeonato mundial daqui a cerca de seis meses, em pleno Maracanã, como, em princípio, todo o país deseja.
Prosseguindo, no entanto, em ritmo de premonição, deve-se levar em consideração que estaremos a menos de três meses das eleições presidenciais que prometem ser as mais renhidas dos últimos tempos.
É óbvio, então, que o governo federal saberá tirar proveito político da conquista, sendo até provável, face à festa feérica que se seguirá, que a Presidente Dilma proceda à entrega da taça, ladeada pelos cardeais da FiFA, ao nosso Neymar, sem medo de ouvir a estrepitosa vaia que a traumatizou em outra ocasião.
Certamente, ficaremos saturados com as mensagens ufanistas que, turbinadas pela propaganda oficial, mostrarão, mais uma vez, que o mundo se curvou diante dessa maravilhosa terra de Pindorama, que tudo foi possível com o trabalho iniciado a partir de 2003, quando o PT assumiu o poder, e que as conquistas mundiais anteriores não eram autênticas, discurso bem à feição do frequentemente proferido pelo partido do governo, dando conta de que descoberta do Brasil somente ocorreu a partir daquele ano.
Daí até o mês de outubro, assistiremos a uma inexorável progressão que dificilmente tirará a vitória nas urnas da situação, em virtude do baixo nível do eleitorado que, anestesiado, esquecerá que a economia está em estado cataléptico, que os serviços públicos, como a saúde e a educação, não atendem a requisitos mínimos e que a segurança devida ao cidadão está impotente diante da crescente violência e do desprezo pela lei.
Por outro lado, se o Brasil não conquistar o título e, consequentemente, as condições forem mais adversas para o Planalto, não sendo, como é provável, vencer a eleição, o que constituirá um sopro de esperança, é quase certo que o PT, através de seus aparelhamentos e clientelismos inchantes, promova uma vingança maligna durante o curto (felizmente curto!) tempo de governo restante, tentando paralisar o país. Assim, é valido investigar cuidadosamente por qual cenário será preferível torcer.
16 de janeiro de 2014
Paulo Roberto Gotaç é Capitão de Mar e Guerra, reformado.
Paulo Roberto Gotaç é Capitão de Mar e Guerra, reformado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário