"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

MANTEGA, O MÍSTICO DAS ESFERAS SIDERAIS.

Ou: Cadê a Mãe Dinah?

Consta que Eike Batista — por pouco o Brasil não tem o maior rio do mundo e o maior bilionário do mundo, além da maior pororoca — apela a pessoas que têm contatos com seres elementais para ajudá-lo na condução dos negócios.
Quem há de negar que deu certo? Um dos seres do outro mundo que o auxiliaram bastante foi o BNDES, por exemplo…
 
Mas sigo. Na Folha, Valdo Cruz e Natuza Neri informam que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, tem comentado com interlocutores que o Brasil está vivendo “o inferno astral” na área fiscal.
 
Entendi tudo direitinho. Eu achava que haviam feito escolhas erradas e temerárias na área fiscal, mas, agora, estou mais tranquilo. O governo é bom. Ocorre que nada pode fazer contra forças que estão acima da sua alçada.
 
Mais de uma vez — consultem o arquivo — sugeri que o Brasil trocasse Mantega por Mãe Dinah. Nunca acataram a minha sugestão. Deve-se ao excelente Sandro Vaia a melhor síntese sobre as previsões de Guido Mantega para o crescimento, por exemplo: atua como institutos de pesquisa, com margem de erro de dois pontos.
No caso dele, a realidade se encarrega sempre de ficar na banda inferior: o país cresce pelo menos dois pontos percentuais a menos do que ele antevê. Já a inflação fica sempre dois pontos e pouco acima do centro da meta.
 
Pois é… O cristianismo, especialmente o catolicismo, a gente sabe, anda em baixa no Ocidente. As pessoas costumam preferir orientalismos e perspectivas siderais que desafiam a astronomia. Com o tempo, os cristãos foram se tornando racionais demais para dar conta da complexidade do mundo.
 
Minha proposta sobre Mãe Dinah continua de pé. Místicos costumam fazer previsões mais ou menos pessimistas, passando ao consulente uma dieta comportamental para mudar seu destino.
No caso do governo, por exemplo, poder-se-ia sugerir que Dilma e Mantega carregassem um ramo de arruda atrás da orelha e fossem mais responsáveis com os gastos. A arruda funciona.  “Podiscrê”, como se dizia antigamente.
 
11 de novembro de 2013
Reinaldo Azevedo

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