"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

APÓS O FRACASSO DA PRIVATIZAÇÃO DE LIBRA, SEM CONCORRÊNCIA, DILMA "COMEMORA"

 
Ausente do leilão do campo de Libra, a presidente Dilma Rousseff prepara um megaevento em Brasília para assinatura do contrato de partilha da área do pré-sal com o consórcio vencedor.
 
A estratégia é capitalizar política e economicamente a exploração do primeiro campo de petróleo do pré-sal pelas novas regras.
 
Isso estava previsto inicialmente pelo governo para ocorrer durante o leilão de segunda-feira, no Rio, mas Dilma desistiu de comparecer ao evento por causa dos protestos programados por sindicalistas e pela incerteza sobre o resultado da disputa.
 
O Palácio do Planalto vai convidar, para o evento, os presidentes internacionais das empresas sócias da Petrobras no consórcio vencedor da disputa: Shell (anglo-holandesa), Total (francesa) e as chinesas Cnooc e CNPC.
 
Segundo assessores presidenciais, o início da exploração do campo de Libra será usado pelo governo como um "grande trunfo" econômico para mostrar a "confiança" de investidores internacionais no Brasil e será uma das bandeiras eleitorais da campanha da reeleição.
 
PRESENÇA PRIVADA
 
Diante do cenário de incerteza provocado pela desistência de petroleiras como as americanas ExxonMobil e Chevron, o resultado do leilão acabou sendo comemorado pelo Planalto porque o consórcio vencedor atraiu duas grandes empresas privadas do setor: Shell e Total.
 
A presença das duas petroleiras serviu, segundo auxiliares da presidente, para reverter o quadro de desconfiança de analistas internacionais em relação à exploração do campo de Libra.
 
A assinatura do contrato, que normalmente ocorre no Rio, onde funciona a ANP (Agência Nacional de Petróleo), acontecerá num prazo de cerca de 30 dias.
 
Neste dia, o consórcio vencedor, único a participar do leilão, também terá de fazer o pagamento de R$ 15 bilhões de bônus de assinatura. Esses recursos serão usados pelo Tesouro para tentar cumprir a meta de superavit primário deste ano.
 
Ao todo, União, Estados e municípios devem poupar R$ 111 bilhões neste ano para abater a dívida pública.
 
O governo vai buscar capitalizar politicamente, em período de véspera da eleição presidencial, a geração de mais de R$ 1 trilhão de recursos para o Estado brasileiro durante a exploração do campo de Libra, num período de 35 anos, destacando que boa parte desse dinheiro irá para educação e saúde.
 
A presidente vai ressaltar ainda que o campo de Libra dará impulso extra ao crescimento da economia no próximo ano, com o início dos investimentos na região.
 
Ao todo, a exploração da área deve atrair investimentos da ordem de R$ 200 bilhões nos 35 anos de validade do contrato de partilha.

24 de outubro de 2013
VALDO CRUZ - UOL

Nenhum comentário:

Postar um comentário