Mesmo sem ter salvo conduto da Bolívia para deixar o país, Roger Pinto viajou em um carro da embaixada brasileira até Corumbá. Itamaraty fará inquérito sobre entrada de político boliviano no país
Depois de chegar ao Brasil com a ajuda da embaixada brasileira, o senador boliviano que estava asilado há um ano em La Paz, defendeu-se das denúncias de crimes de corrupção que pesam contra ele na Bolívia, e revelou que denunciou o envolvimento de líderes do governo de seu país com o narcotráfico. Em entrevista à GloboNews, Roger Pinto Molina disse que se coloca à disposição do Brasil para ratificar denúncias. Mesmo sem ter salvo conduto do governo da Bolívia para deixar aquele país, o político da oposição viajou de carro por cerca de 1,6 mil quilômetros de carro até a cidade de Corumbá, Mato Grosso do Sul.
- Superado esses 455 dias de lamento, sofrimento, eu vou me colocar à disposição das autoridades brasileiras para ratificar aquelas denúncias. Pedi para o presidente Evo Morales para investigar e ele optou, como faz sempre, pelo insulto, pela calúnia, pela desqualificação da oposição - afirmou à GloboNews. - Pedi para o presidente Evo Morales investigar e ele optou, como sempre, pelo insulto, pela calúnia, pela desqualificação da oposição.
Depois de passar 15 meses na representação brasileira na capital boliviana, o senador chegou a Brasília no sábado. Em nota, o Ministério das Relações Exteriores afirmou que irá abrir inquérito sobre o ingresso do político em território brasileiro e tomará as medidas administrativas e disciplinares cabíveis. O governo boliviano se mostrou surpreso com a fuga e vai acionar a Interpol sobre o caso.
Segundo Ricardo Ferraço, presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, o estado de saúde do político estava se deteriorando. Para Ferraço, Molina é “refugiado” e não “foragido”.
- Ele estava todo esse tempo sem tomar sol, sem visita, em uma situação deprimente, sub-humana - afirmou o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado. - Ele não é foragido. Ele foi recepcionado em Corumbá, adotou todos os procedimentos. O governo brasileiro já tinha concedido asilo político antes do salvo conduto. Ele está acolhido no Brasil como refugiado, como perseguido político.
De acordo com o site G1, em junho deste ano, a Advocacia-Geral da União (AGU), a Procuradoria Geral da República (PGR) e o Itamaraty se posicionaram contra a ajuda ao senador, que queria deixar a Bolívia rumo ao Brasil. As informações prestadas pelo secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores, Eduardo dos Santos, estão inclusas nos pareceres e balizaram posicionamentos da AGU e da PGR encaminhados ao Supremo Tribunal Federal (STF) em uma ação apresentada pelo político boliviano.
Para a Bolívia, fugitivo da justiça
Depois de afirmar que a fuga poderia afetar as relações internacionais entre os dois países, o governo boliviano voltou atrás neste domingo e evitou polemizar com o Brasil sobre a fuga. Mesmo assim, o senador agora é considerado um fugitivo da justiça para a Bolívia.
- A fuga do senador não afeta nem afetará as relações bilaterais com o Brasil, que se mantêm em absoluta cordialidade e respeito - disse neste domingo a ministra de Comunicação da Bolívia, Amanda Dávila.
Em nota, o Itamaraty informou que irá abrir inquérito sobre o caso. Com a chegada do político, o chanceler Antonio Patriota, cancelou viagem oficial à Finlândia para companhar o caso.
“O ministério está reunindo elementos acerca das circunstâncias em que se verificou a saída do senador boliviano da embaixada brasileira e de sua entrada em território nacional. (...) O Ministério das Relações Exteriores abrirá inquérito e tomará as medidas administrativas e disciplinares cabíveis.”
Molina, de 52 anos, é líder da oposição no Congresso boliviano. Ele foi condenado a um ano de prisão na Bolívia, por suposto envolvimento em corrupção. Em junho, dez dias depois de se abrigar na embaixada brasileira em La Paz, o governo brasileiro concedeu asilo ao senador, que se diz vítima de perseguição política do governo boliviano.
26 de agosto de 2013
O GLOBO com agências internacionais
Depois de chegar ao Brasil com a ajuda da embaixada brasileira, o senador boliviano que estava asilado há um ano em La Paz, defendeu-se das denúncias de crimes de corrupção que pesam contra ele na Bolívia, e revelou que denunciou o envolvimento de líderes do governo de seu país com o narcotráfico. Em entrevista à GloboNews, Roger Pinto Molina disse que se coloca à disposição do Brasil para ratificar denúncias. Mesmo sem ter salvo conduto do governo da Bolívia para deixar aquele país, o político da oposição viajou de carro por cerca de 1,6 mil quilômetros de carro até a cidade de Corumbá, Mato Grosso do Sul.
- Superado esses 455 dias de lamento, sofrimento, eu vou me colocar à disposição das autoridades brasileiras para ratificar aquelas denúncias. Pedi para o presidente Evo Morales para investigar e ele optou, como faz sempre, pelo insulto, pela calúnia, pela desqualificação da oposição - afirmou à GloboNews. - Pedi para o presidente Evo Morales investigar e ele optou, como sempre, pelo insulto, pela calúnia, pela desqualificação da oposição.
Depois de passar 15 meses na representação brasileira na capital boliviana, o senador chegou a Brasília no sábado. Em nota, o Ministério das Relações Exteriores afirmou que irá abrir inquérito sobre o ingresso do político em território brasileiro e tomará as medidas administrativas e disciplinares cabíveis. O governo boliviano se mostrou surpreso com a fuga e vai acionar a Interpol sobre o caso.
Segundo Ricardo Ferraço, presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, o estado de saúde do político estava se deteriorando. Para Ferraço, Molina é “refugiado” e não “foragido”.
- Ele estava todo esse tempo sem tomar sol, sem visita, em uma situação deprimente, sub-humana - afirmou o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado. - Ele não é foragido. Ele foi recepcionado em Corumbá, adotou todos os procedimentos. O governo brasileiro já tinha concedido asilo político antes do salvo conduto. Ele está acolhido no Brasil como refugiado, como perseguido político.
De acordo com o site G1, em junho deste ano, a Advocacia-Geral da União (AGU), a Procuradoria Geral da República (PGR) e o Itamaraty se posicionaram contra a ajuda ao senador, que queria deixar a Bolívia rumo ao Brasil. As informações prestadas pelo secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores, Eduardo dos Santos, estão inclusas nos pareceres e balizaram posicionamentos da AGU e da PGR encaminhados ao Supremo Tribunal Federal (STF) em uma ação apresentada pelo político boliviano.
Para a Bolívia, fugitivo da justiça
Depois de afirmar que a fuga poderia afetar as relações internacionais entre os dois países, o governo boliviano voltou atrás neste domingo e evitou polemizar com o Brasil sobre a fuga. Mesmo assim, o senador agora é considerado um fugitivo da justiça para a Bolívia.
- A fuga do senador não afeta nem afetará as relações bilaterais com o Brasil, que se mantêm em absoluta cordialidade e respeito - disse neste domingo a ministra de Comunicação da Bolívia, Amanda Dávila.
Em nota, o Itamaraty informou que irá abrir inquérito sobre o caso. Com a chegada do político, o chanceler Antonio Patriota, cancelou viagem oficial à Finlândia para companhar o caso.
“O ministério está reunindo elementos acerca das circunstâncias em que se verificou a saída do senador boliviano da embaixada brasileira e de sua entrada em território nacional. (...) O Ministério das Relações Exteriores abrirá inquérito e tomará as medidas administrativas e disciplinares cabíveis.”
Molina, de 52 anos, é líder da oposição no Congresso boliviano. Ele foi condenado a um ano de prisão na Bolívia, por suposto envolvimento em corrupção. Em junho, dez dias depois de se abrigar na embaixada brasileira em La Paz, o governo brasileiro concedeu asilo ao senador, que se diz vítima de perseguição política do governo boliviano.
26 de agosto de 2013
O GLOBO com agências internacionais
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