O juiz federal Sérgio Moro enviou um ofício para o Hospital Sírio-Libanês solicitando, em cinco dias, a apresentação dos registros de visitas ao engenheiro Glaucos da Costamarques. O magistrado quer saber se o advogado Roberto Teixeira, compadre do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e o contador João Muniz Leite estiveram no local.
Primo de José Carlos Bumlai, o empresário amigo de Lula, o engenheiro Glaucos é apontado como “laranja” do petista no suposto recebimento de imóveis pela Odebrecht como forma de propinas.
LARANJA IMOBILIÁRIO – Para a força-tarefa da Lava Jato, a Odebrecht custeou a compra do apartamento 121 do edifício Hill House, em São Bernardo do Campos (SP), em nome de Glaucos da Costamarques. Na mesma ação, o petista responde também por supostamente ter recebido da empreiteira um terreno onde seria sediado o Instituto Lula, no valor de R$ 12,5 milhões.
A denúncia da Procuradoria da República sobre o apartamento 121 – vizinho à residência de Lula, em São Bernardo do Campo – ainda aponta que propinas pagas pela Odebrecht, no esquema que seria liderado pelo ex-presidente, chegaram a R$ 75 milhões em oito contratos com a Petrobras.
A Lava Jato afirma que não houve pagamento de aluguel entre fevereiro de 2011 e pelo menos novembro de 2015. E Costamarques confirmoi.
RECIBOS DE ALUGUEL – Em 25 de setembro, a defesa do ex-presidente apresentou documentos que contestam a versão dos procuradores. Os recibos de aluguel apresentados referem-se ao período de agosto de 2011 a novembro de 2015. Duas notas têm datas que não existem no calendário: 31 de junho e 31 de novembro.
No dia seguinte, Glaucos da Costamarques reafirmou ao jornal O Estado de S. Paulo que é “verdadeiro” o depoimento que prestou ao juiz federal Sergio Moro. Em 6 de setembro, Glaucos afirmou em interrogatório perante o juiz federal Sergio Moro que não recebeu alugueis pelo apartamento 121, mas que declarou à Receita que houve pagamento. “Não recebi”, disse taxativamente.
ADVOGADO DE LULA – Ao juiz Moro, o engenheiro afirmou que passou a receber o aluguel somente em 2015. Glaucos disse que Roberto Teixeira o procurou em novembro daquele ano quando ele estava hospitalizado.
“O Roberto Teixeira esteve lá no hospital me falando: ‘Olha, nós vamos pagar. De hoje em diante, nós vamos pagar o aluguel pra você’. Começaram a pagar. Começaram a pagar com um depósito na conta que eu passei, depósito no Santander. Mas não identificado Eu acho que eles depositavam naqueles envelopes e aquele envelope tem um limite pra depósito. Acho que eles faziam em três. Então, aparecia lá, era, vamos supor, três mil, vamos por, não lembro quanto era o aluguel naquela época, três mil e trezentos, vamos supor. Eles punham um envelope de dois, um de mil e outro de oitocentos”, narrou durante depoimento.
O juiz da Lava Jato questionou Glaucos se Roberto Teixeira deu alguma explicação para começar a pagar. “Eu não me recordo. Mas eu lembro que o José Carlos foi preso. Eu entrei no dia 22 de novembro no hospital. Dia 23 ele foi preso. Eu lembro da data por causa do hospital. E ele esteve lá no hospital no fim do mês de novembro”, contou.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Antigamente, chama-se de “história mal contada”. Porém, é muito pior do que isso, porque se trata de recibos “fabricados” (e muito mal “fabricados”, aliás) para simular pagamentos inexistentes. O advogado Roberto Teixeira e Costamarques são réus no processo, junto com Lula. Os três serão condenados, e o crime tem agravante de configurar formação de quadrilha, com 13 réus. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Antigamente, chama-se de “história mal contada”. Porém, é muito pior do que isso, porque se trata de recibos “fabricados” (e muito mal “fabricados”, aliás) para simular pagamentos inexistentes. O advogado Roberto Teixeira e Costamarques são réus no processo, junto com Lula. Os três serão condenados, e o crime tem agravante de configurar formação de quadrilha, com 13 réus. (C.N.)
05 de outubro de 2017
Deu em O Tempo
(Agência Estado)
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