O doleiro Álvaro Novis teve a delação premiada homologada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) porque citou, em seus depoimentos, autoridades do Estado do Rio com foro privilegiado. Como a operação desta segunda-feira, baseada na delação de Novis e do ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Jonas Lopes de Carvalho, foi determinada pela primeira instância da Justiça Federal, os nomes desses políticos não foram divulgados. De acordo com a força-tarefa da Lava-Jato, o esquema envolveu o pagamento de R$ 260 milhões em propina a políticos, entre eles o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB).
“O doleiro e operador financeiro da Orcrim (organização criminosa) de Sérgio Cabral detalhou a dinâmica de arrecadação e pagamento de propina por empresários do setor de transporte no Estado do Rio de Janeiro a agentes públicos, incluindo o ex-governador, um ex-presidente do Detro e políticos não incluídos nesta medida cautelar por gozarem de foro por prerrogativa de função nos tribunais, mas que tinham direta ou indiretamente influência sobre a política de transporte no Estado”, afirma o MPF.
PELO OPERADOR – De acordo com a força-tarefa da Lava-Jato, os pagamentos a Cabral eram feitos via Carlos Miranda, apontado como operador do ex-governador, e começaram quando o peemedebista ainda estava na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), nos anos 90. “Que os pagamentos para Sérgio Cabral via Carlos Miranda se iniciaram no período em que Sérgio Cabral encontrava-se da Alerj”, afirma Novis na delação.
Em depoimento, o doleiro citou ainda que pagamentos a políticos eram feitos desde 1990 e que as ordens vinham de José Carlos Lavoura, integrante do conselho da Fetranspor.
“Que as ordens para pagamento a políticos eram dadas única e exclusivamente por José Carlos Lavoura; Que desde 1990/1991 até 2016 as ordens sempre foram emitidas por Lavoura”, afirmou o doleiro.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Nos anos 90, quando começou a receber propinas como deputado, Cabral não aceitava mordomias na Assembleia, dirigia o próprio carro e posava de protetor dos velhinhos, organizando bailes da terceira idade. Era um grande farsante. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Nos anos 90, quando começou a receber propinas como deputado, Cabral não aceitava mordomias na Assembleia, dirigia o próprio carro e posava de protetor dos velhinhos, organizando bailes da terceira idade. Era um grande farsante. (C.N.)
03 de julho de 2017
Juliana Castro
O Globo
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