"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 3 de julho de 2017

ADVOGADO DE TEMER REPROVA A "ESTRATÉGIA" DE ACUSAR JANOT DE SE VENDER À JBS

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Mariz ficou surpreso com o ataque a Janot
Pela segunda vez desde que as gravações de Joesley Batista foram divulgadas, o presidente Michel Temer teve de viajar a São Paulo para se reunir com seu advogado e amigo Mariz de Oliveira, num final de semana. É estranho que o chefe do governo tenha de se deslocar até São Paulo, mas o sacrifício tem explicação. Mariz é o articulador do grupo de advogados que defende Temer e não está nada satisfeito com os rumos da defesa, depois que o marqueteiro Elisinho Mouco passou a redigir os pronunciamentos do presidente.
ERRO CLAMOROSO – Mariz considerou um grave equívoco o discurso redigido por Mouco que conteve ofensas diretas à honra do procurador-geral Rodrigo Janot. Em sua visão de criminalista, uma coisa é denunciar a estranha situação do ex-procurador Marcelo Miller, que pediu demissão para trabalhar num dos maiores escritórios que defendem o empresário Joesley Batista e a JBS. Mas foi um erro clamoroso incluir na denúncia o procurador Janot, insinuando que ele teria recebido “milhões” da JBS e seria um bêbado contumaz, com fez Temer ao ler o texto de Mouco nos teleprompters transparentes do Planalto, para simular estar falando de improviso.
Temer teve de ir a São Paulo para se explicar com Mariz e combinar que, a partir de agora, os textos do marqueteiro serão submetidos a ele. O advogado reafirmou que a estratégia de Mouco está equivocada, porque o resultado foi um tiro no pé. Desagradou e ofendeu toda a Procuradoria, inclusive a substituta de Janot, Raquel Dodge, que já respondeu na Folha (coluna Painel, de Daniela Lima) que não pretende enfraquecer a Lava Jato, muito pelo contrário.
Além disso, Temer se arrisca a levar um processo de perda de danos, exatamente igual ao que está movendo contra Joesley Batista, por calúnia, injúria e difamação, a trindade dos crimes contra a honra.
TRABALHO DURO – Mariz também lembrou a Temer que a defesa no Supremo e na Câmara ficou agora muito mais difícil, depois que a acurada perícia da Polícia Federal não somente atestou que não houve cortes nem manipulações na gravação, como também recuperou trechos que claramente incriminam o presidente.
Em tradução simultânea, Mariz deixou claro que, se Temer não pretende ajudar a própria defesa, pelo menos não deveria atrapalhar. O presidente/indiciado entendeu a mensagem, recolheu-se à sua insignificância e prometeu que não fara novos pronunciamentos sem a supervisão do advogado, que tem horror de amadorismos. E vida que segue, como diria nosso amigo João Saldanha, que hoje está comemorando seu centenário e será sempre enaltecido pelos brasileiros.

03 de julho de 2017
Carlos Newton

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