O ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB) recebeu dinheiro de propina vindo do esquema das empresas de ônibus no mês em que foi preso, na Operação Calicute, em novembro do ano passado. De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), mesmo depois de ter deixado o governo, o peemedebista continuava tendo influência e, sempre que uma decisão privilegiava os empresários do setor, os integrantes do esquema recebiam recursos ilícitos.
Ainda de acordo com a força-tarefa da Lava-Jato, o esquema envolveu R$ 260 milhões, entre 2010 e 2016, para pessoas que hoje não têm mais foro privilegiado. Mas, contando os políticos que possuem o foro por prerrogativa de função atualmente, esse total chega a meio bilhão. O doleiro Álvaro Novis, que detalhou parte do esquema, teve sua delação homologada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) justamente por citar pessoas que não podem ser alvo de ações da primeira instância da Justiça.
DOIS FORAGIDOS – Dois alvos dos mandados de prisão ainda não foram encontrados. José Carlos Lavouras, integrante do conselho da Fetranspor, está fora do país, em Portugal. De acordo com o MPF, a passagem de volta dele está marcada para dia 7 (com chegada no dia 8) e existe a expectativa de ele se entregar. Lavouras tem cidadania portuguesa, assim como Jacob Barata Filho, preso ontem no Aeroporto Internacional do Galeão quando, segundo os investigadores, tentava fugir para Lisboa. A PF informou que apreendeu com ele R$ 50 mil em moeda estrangeira.
Quem também não foi encontrado foi Marcio Miranda, funcionário de uma transportadora. Ele tinha um esquema de contabilidade paralela para as empresas de ônibus. Não há informações se ele está no exterior. O sistema da Interpol vai ser acionado.
FAVORECIMENTO – De acordo com as investigações, Cabral e outros integrantes do esquema recebiam dinheiro para beneficiar empresas de ônibus. Os investigadores listaram que as empresas foram beneficiadas, por exemplo, com redução de ICMS para o diesel, aumento do valor da passagem acima do que os estudos técnicos indicavam etc. Os investigadores ainda tentam vincular os pagamentos a cada um desses atos, para aumentar a pena pelos crimes.
“Esse é um dos esquemas criminosos mais antigos do Rio e um dos mais maléficos, porque prejudica a população de mais baixa renda, que usa esse serviço diariamente” — afirmou o procurador Eduardo El-Hage, coordenador da força-tarefa da Lava-Jato.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Fica evidenciado que Cabral é um caso patológico, pois demonstra uma volúpia por dinheiro incontrolável, como um se fosse uma espécie de furor uterino de caráter financeiro, digamos assim. Seu caso merece ser estudado pela Medicina Forense. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Fica evidenciado que Cabral é um caso patológico, pois demonstra uma volúpia por dinheiro incontrolável, como um se fosse uma espécie de furor uterino de caráter financeiro, digamos assim. Seu caso merece ser estudado pela Medicina Forense. (C.N.)
03 de julho de 2017
Juliana Castro
O Globo
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