Organizam-se os tucanos já comprometidos com a candidatura de Geraldo Alckmin para 2018. Não de trata de ser cedo demais, porque não é. O governador paulista não desistiu de pleitear sua indicação dentro do PSDB, mas, por via das dúvidas, cuida de buscar alternativas, tendo em vista que Aécio Neves continuará na presidência do partido. Com a legenda sob seu comando, o senador mineiro quer garantir seu lançamento através do rótulo de reformista, representante da social-democracia.
Sendo assim, o governador tem como opção inscrever-se no Partido Socialista, mesmo agredindo a verdade e a semântica. Precisará fazer alguma ginástica para essa mudança, pois sua ideologia passa longe. Jamais será um revolucionário, até orgulha-se de ser chamado conservador. Nada de ligar-se a teses que contrariam seu passado. Reformista, com muito boa vontade, apesar de inclinado a não abrir mão dos postulados e dos interesses empresariais.
Com Aécio Neves empenhado em vestir o uniforme da social-democracia, sobra a terceira ponta da equação triangular: José Serra. Não que ele pretenda voltar aos tempos em que presidia a União Nacional dos Estudantes, porque estará perseguindo o que foi e não é mais: reformista. Tem raízes hoje fincadas no mesmo solo que Geraldo Alckmin, e também Aécio Neves. Os três são vinhos da mesma pipa ideológica, procurado disfarçá-la. Mas só há lugar para um. Perde seu tempo quem quiser separá-los artificialmente. Suas ideias se equivalem, restando saber quem terá mais simpatia e, não adianta negar, mais dinheiro também.
Vale prestar atenção no espectro que se delineia: três conservadores travestidos de reformistas. E o outro lado? Um pouco mais voltado para apresentar-se como representante do trabalho, mais do que do capital, mas nem tanto, emerge o mesmo de sempre, ou seja, o Lula. Sua condição de operário e fundador do PT, hoje meio esfrangalhado, o torneiro-mecânico precisará fixar-se no galho que um dia o levou ao Palácio do Planalto: de reformista. Só que com mais definições, por conta dos adversários. Tanto faz se pretender-se revolucionário, apesar de ser difícil acreditar que seja. Marina Silva e Ciro Gomes podem ser tidos como candidatos à procura de uma ideologia.
No extremo oposto, a direita oscila entre Jair Bolsonaro e Ronaldo Caiado. Em suma, ninguém parece ser o que realmente é.
12 de janeiro de 2017
Carlos Chagas
Sendo assim, o governador tem como opção inscrever-se no Partido Socialista, mesmo agredindo a verdade e a semântica. Precisará fazer alguma ginástica para essa mudança, pois sua ideologia passa longe. Jamais será um revolucionário, até orgulha-se de ser chamado conservador. Nada de ligar-se a teses que contrariam seu passado. Reformista, com muito boa vontade, apesar de inclinado a não abrir mão dos postulados e dos interesses empresariais.
Com Aécio Neves empenhado em vestir o uniforme da social-democracia, sobra a terceira ponta da equação triangular: José Serra. Não que ele pretenda voltar aos tempos em que presidia a União Nacional dos Estudantes, porque estará perseguindo o que foi e não é mais: reformista. Tem raízes hoje fincadas no mesmo solo que Geraldo Alckmin, e também Aécio Neves. Os três são vinhos da mesma pipa ideológica, procurado disfarçá-la. Mas só há lugar para um. Perde seu tempo quem quiser separá-los artificialmente. Suas ideias se equivalem, restando saber quem terá mais simpatia e, não adianta negar, mais dinheiro também.
Vale prestar atenção no espectro que se delineia: três conservadores travestidos de reformistas. E o outro lado? Um pouco mais voltado para apresentar-se como representante do trabalho, mais do que do capital, mas nem tanto, emerge o mesmo de sempre, ou seja, o Lula. Sua condição de operário e fundador do PT, hoje meio esfrangalhado, o torneiro-mecânico precisará fixar-se no galho que um dia o levou ao Palácio do Planalto: de reformista. Só que com mais definições, por conta dos adversários. Tanto faz se pretender-se revolucionário, apesar de ser difícil acreditar que seja. Marina Silva e Ciro Gomes podem ser tidos como candidatos à procura de uma ideologia.
No extremo oposto, a direita oscila entre Jair Bolsonaro e Ronaldo Caiado. Em suma, ninguém parece ser o que realmente é.
12 de janeiro de 2017
Carlos Chagas
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