Esta equação reflete bem, creio, o grande desafio que está colocado sobre a mesa dos prefeitos que assumiram os cargos agora e também para os governos estaduais, como o do Rio de Janeiro que têm grandes dívidas a resgatar. O passivo existente, como se está vendo todos os dias, tem origem em desregramentos financeiros, mas seus efeitos não se esgotam nesse ponto.
Os serviços médicos, saneamento, segurança e até de limpeza urbana vivem uma calamidade que coloca diretamente em risco a saúde da população que paga pelos efeitos nocivos de fatos que não cometeram e que deram origem a eles. Ontem, por exemplo, para citar o Rio de Janeiro, em municípios da Baixada Fluminense quantidades enormes de lixo se acumularam nas ruas, exigindo providências imediatas.
Os prefeitos de modo geral assumiram com base no compromisso de melhorar os serviços públicos expandindo-os ao nível que a realidade exige. Mas ao mesmo tempo sentaram-se à mesa do poder prometendo cortes de verbas. Não quero dizer que cortes não sejam necessários. Desejo apenas frisar a dificuldade entre as duas fontes da questão tanto administrativa quanto social.
DESPESAS E RECEITAS – Os cortes necessários não eliminam todos os focos da questão. Pois é preciso que sejam eles acompanhados pelo aumento da receita pública, uma vez que as prefeituras, a exemplo de governos estaduais, encontram-se com grandes débitos acumulados. São contas atrasadas para as quais a explicação lógica torna-se difícil.
Diante desse quadro, é indispensável que as Prefeituras tomem a iniciativa de cobrar o que empresas lhe devem, porque sem isso dificilmente poderão enfrentar o desafio triplo de pagar salários em atraso, melhorar os serviços e recuperar a credibilidade que a população exige de todos aqueles que chegaram ao poder político com base no voto popular.
Não há mágica possível para ultrapassar esse desafio e superar a equação na qual residem as esperanças de populações cansadas de, pelo menos esperar ver cumpridos seus legítimos direitos. Esta é a questão essencial.
04 de janeiro de 2017
Pedro do Coutto
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