RESPOSTAS DE GABRIEL (BEBÊ DE APENAS 2 MESES) AO SILÊNCIO / DESPREZO DE CRIVELLA
Respeitemos a chamada Lei do Carma. É preciso temê-la. Ela é transcendente à compreensão humana. É imutável. É implacável. Há quem diga que a Lei do Carma é o juiz de nossos atos e omissões. É a energia invisível que deriva do comportamento humano e que vai acumulando consequências, cobranças e pagamentos, conforme nossos atos e omissões. A Lei do Carma sempre responde às forças que movimentamos ou não, às ações que praticamos ou não, ontem, hoje, agora, há dez minutos ou há cem vidas, voltando-se contra ou em benefício de todos nós.
Não faz muito tempo que a Tribuna da Internet publicou artigo de Leonardo Boff em que o mundialmente respeitado teólogo (teólogo mesmo, de verdade, não apenas teórico, escritor, professor universitário e expoente da Teologia da Libertação no Brasil) abordou a questão de Deus e as tragédias que ceifam vidas humanas e disseminam desgraças. Boff escreveu com a inspiração de sempre. Nem seu primoroso artigo desmistifica a Lei do Carma. Ao contrário, confirma-a, justamente por ultrapassar os limites da compreensão humana. O que é metafísico jamais poderemos compreender.
O PEDIDO DE SOCORRO – Nesta quarta-feira, na parte da manhã, mandei para os e-mails pessoais da senhora Margarett Cabral, chefe de gabinete do prefeito Marcelo Crivella e para seu assessor de imprensa, mensagem com pedido de socorro para o pequeno Gabriel. Em seguida, para ambos, copiei, colei e enviei o artigo que a TI publicou ontem com o título “Prefeito Crivella, não deixe o bebê Gabriel (de apenas dois mese) ficar cego“.
Mensagem e artigo relatam o drama desta criança de apenas dois meses de vida. Portador de “glaucoma congênito”, o bebê precisa ser operado o mais rapidamente possível. Caso contrário, ficaria cego, irreversivelmente. O glaucoma foi diagnosticado no Posto Municipal de Saúde Valdyr Franco, em Bangu, zona oeste do Rio, bairro onde a família reside numa comunidade.
Digo que em toda a minha vida nunca fiz um pedido para o próximo com tanta certeza de que seria atendido. Isto porque Crivella garantiu aos eleitores em sua campanha que a vida – e vida com saúde – seria a prioridade número um de seu governo. Além disso, mensagem e artigo foram dirigidos a um homem de fé, a um bispo de uma Igreja, que bem conhece o sofrimento humano, e que dedica sua vida a cuidar do rebanho de Cristo, seja do templo, seja do palácio.
O SILÊNCIO DO PREFEITO-PASTOR – É certíssimo que mensagem e artigo chegaram ao gabinete do prefeito e foram lidos. Bastou inserir no computador os endereços e-mails e pressionar a tecla “enviar” que logo apareceu no alto e à direita da tela o rosto de Crivella, sinal que confirma a recepção das remessas, ainda mais porque não foram devolvidas. Até agora, mais de 24 horas depois, as mensagens constam como enviadas e recepcionadas. A decepção fica por conta do silêncio do prefeito e do “staff” de seu gabinete. Nenhuma resposta veio. Nem para Thaís, a mãe da criança, cujo endereço e telefones constaram no pedido de socorro, alguém da prefeitura ligou.
Desprezo completo. Sinto como um tapa no rosto do povo eleitor. E logo no terceiro dia de seu mandato. Prefeito Crivella, por que o senhor, ou alguém em seu nome, não nos atendeu? Não pedimos ao senhor ingresso para o desfile de Escola de Samba. Pedimos socorro urgente para um bebê que vai ficar cego dos dois olhos, caso, desde já e de imediato, Gabriel não receba atendimento oftalmológico da prefeitura para ser operado.
O QUE É PÚBLICO É DO POVO – O senhor nem pode imaginar a decepção que toma conta de todos nós, que defendemos Gabriel. Cremos no senhor e agora estamos todos desapontados. E desesperados. Sabemos que o senhor está nos primeiros dias como prefeito. Que as demandas são muitas. Que vai precisar de tempo para organizar seu gabinete, fazer nomeações, criar e distribuir cargos e encargos… Que tudo está no começo ainda. Mas Gabriel não pode esperar.
O senhor ouviu o justo clamor de Gabriel e não correspondeu. O senhor andou lá pela região onde mora Gabriel à cata de votos. É assim nas democracias. Saiba o senhor que a casa da Gávea Pequena, residência oficial do prefeito do Rio, é do povo e ao povo pertence. Todos os servidores municipais, a começar pelo prefeito, são remunerados com o dinheiro do povo e ao povo têm o dever de prestar serviço de qualidade, sem delongas e ao povo não pode fechar as portas e deixá-lo sem resposta, sem socorro.
TUDO É DO POVO – As viaturas que o senhor e sua família utilizam são do povo. O alimento que é servido em sua casa, enquanto prefeito, é comprado, preparado e servido com o dinheiro do povo. Nas Repúblicas, tudo ao povo pertence. O senhor é mero mandatário. Mandatário transitório. Nós é quem somos os mandantes. Mandantes perenes e sem transitoriedade. Autoridade é o povo, o povo-munícipe. Coitado do desafortunado Gabriel. Mesmo sem ter a mão do prefeito-pastor a ele estendida, Gabriel vencerá porque acredita no que disse Jesus:
“Portanto, aquele que se tornar humilde como esta criança, esse é o maior no reino dos céus. E todo aquele que receber, em meu nome, uma criança como esta, recebe a mim. Mas aquele que escandalizar um destes pequeninos que creem em mim, melhor seria que pendurasse ao pescoço uma grande pedra de moinho, e se precipitasse na profundeza do mar“.
Mas Gabriel pede ao prefeito Crivella que não cometa o gesto que está no Evangelho de Mateus (18:5) e que foi recomendado por Jesus. Basta respeitar e temer a Lei do Carma. Prefeito Crivella, o senhor já contraiu uma dívida a ser paga. É a Lei do Carma. Ou estamos todos enganados e o povo do Rio, desde o 1º de Janeiro de 2017, iniciou um quadriênio de desencanto?
###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Em matéria de marketing e de factóide, Crivella vai bem. Doa sangue no Hemorio, joga capoeira no meio da rua e tudo o mais. Quanto às promessas de campanha, era tudo conversa piada. O piedoso bispo/político se esqueceu das lições de Jesus e não se apiedou do bebê Gabriel, que tem nome de arcanjo e poderia ser curado com o simples milagre de um telefonema. Que Deus tenha piedade da alma de Crivella. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Em matéria de marketing e de factóide, Crivella vai bem. Doa sangue no Hemorio, joga capoeira no meio da rua e tudo o mais. Quanto às promessas de campanha, era tudo conversa piada. O piedoso bispo/político se esqueceu das lições de Jesus e não se apiedou do bebê Gabriel, que tem nome de arcanjo e poderia ser curado com o simples milagre de um telefonema. Que Deus tenha piedade da alma de Crivella. (C.N.)
05 de janeiro de 2017
Jorge Béja
Nenhum comentário:
Postar um comentário