"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

COM AJUDA DO CORRUPTO BELTRAME, CABRAL TINHA ATÉ CHANCES DE SER ELEGER PRESIDENTE



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Cabral armou com Beltrame a farsa da pacificação das favelas
Se não fosse corrupto e totalmente deslumbrado com o enriquecimento ilícito, Sérgio Cabral tinha grandes chances de ser eleito presidente da República. Era o candidato mais forte do PMDB e realmente havia conquistado grande projeção nacional e até internacional, com base na criação das famosas UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora). Foi mais audacioso projeto administrativo dos últimos tempos e conquistou apoio consensual e incondicional da mídia. Enfim, parecia haver surgido uma iniciativa capaz de pacificar as favelas, e o exemplo do Rio de Janeiro passou a ser seguido em outras cidades do país, era uma verdadeira “febre do bem”.
ACORDO COM O TRÁFICO – Mas era tudo uma farsa, a pacificação não passava de um acordo espúrio entre o governo estadual e os traficantes, com a participação ostensiva do principal cúmplice de Sérgio Cabral nessa criminosa ação de grande alcance político-eleitoral – o delegado federal José Mariano Beltrame, que também se tornou um verdadeiro ídolo, festejado durante 13 anos no Brasil e no exterior.
Beltrame somente deixou a Secretaria de Segurança no dia 11 de outubro, há exatamente três meses, e ainda estava cercado de glórias, pois tinha sido convidado a dar palestras no dia 16 de novembro nos Estados Unidos, e, logo depois, no dia 30, na Áustria. E a Federação das Indústrias do Rio (Firjan) anunciou que convidaria Beltrame para ser uma espécie de diretor para assuntos de políticas de segurança pública. Mas agora verdade sobre o falso herói veio à tona e ele já não vale mais nada. Seu currículo está se transformando numa folha corrida.
MÍDIA ADORMECIDA – Durante sua longa gestão, o governador Sérgio Cabral, assessorado pelo experiente publicitário Rogério Monteiro, cuja agência fica pertinho do Palácio Guanabara, investiu pesado na mídia escrita, falada e televisada, conseguindo excelente retorno. Por preguiça e conveniência, os jornalistas enalteciam cada vez mais Cabral, Beltrame e as UPPs, embora já se soubesse que havia algo de podre na suposta pacificação da favelas, devido a uma série de artigos do jornalista Helio Fernandes.
Isso ocorreu em 2009, quando recebi denúncias sobre a fraude das UPPs. Saí em campo e confirmei as informações de que realmente ocorrera um acordo entre Cabral/Beltrame e os chefões do tráfico. Passei então os dados a Helio Fernandes, que publicou bombásticas reportagens aqui no blog, em dezembro de 2009.
“O acordo está “firmado” sob as seguintes cláusulas: 
1 – Os traficantes somem com as armas da favela, com os “soldados” de máscaras ninjas, com os olheiros e tudo o mais. 
2 – A PM entra na favela, sem enfrentar resistência, ocupa os pontos que bem entender, mas não invade nenhuma casa, nenhum barraco, e não prende ninguém, pois não “acha” traficantes ou criminosos. 
3 – A favela é tida como “pacificada”, não existem mais marginais circulando armados, os moradores não sofrem mais intimidações, não há mais balas perdidas. 
4 – Em compensação, o tráfico fica liberado, desde que feito discretamente, sem muita movimentação”escreveu Helio Fernandes.
SEM DISPARAR UM TIRO – Nessas matéria, o decano dos jornalistas brasileiros demonstrava que, por causa do acordo com os chefões, não foi disparado um único e escasso tiro na “ocupação” das favelas, os traficantes e seus soldados de máscaras ninjas não lançaram uma só granada, um solitário morteiro, não acionaram lanças-chamas, mísseis portáteis, rifles AR-15 e M-16, metralhadoras Uzi, nada, nada.
Não houve nem mesmo troca de tiros, porque havia o acordo entre os traficantes e o governador, que teve a desfaçatez de vir a público e proclamar, textualmente: “Dei prazo de 48 horas para os traficantes deixarem o Cantagalo-Pavão-Pavãozinho!”. Ou seja, o próprio Cabral confirmava que havia o entendimento com o crime, que ele conduzira pessoalmente. E tudo isso só foi possível com a cumplicidade direta e objetiva de Beltrame, é claro.
LIBEROU GERAL – Foi assim que o tráfico de drogas a rolar solto no Rio de Janeiro, inclusive com a adoção do sistema de “delivery”, a entrega a domicílio. Por orientação do governador e do secretário de Segurança, a Polícia Civil e a PM simplesmente passaram a não mais coibir o narcotráfico, cujo combate ficou exclusivamente por conta da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária.
Basta lembrar a comédia da falsa “desocupação” do Complexo do Alemão, acompanhada ao vivo pela TV. Os soldados do tráfico corriam, a poucos metros dos policiais, que não fizeram um só disparo. Se algum deles tivesse dado um tiro de advertência para cima, todos os criminosos parariam de fugir e se entregariam. Mas era uma farsa, ninguém foi preso. Mesmo assim, a imprensa comemorou o “sucesso” da operação.
AS MÁSCARAS CAÍRAM – Agora, Sérgio Cabral e a falsa superadvogada Adriana Ancelmo estão presos em Bangu, sem possibilidade de serem soltos. Já se sabe também que o superdelegado José Mariano Beltrame não passava de uma fraude e foi a peça principal da ardilosa armação de marketing político destinada a fazer Sérgio Cabral ser eleito presidente.
É impressionante que o próprio governo federal, na era Lula, tenha anunciado a criação das UPPs em âmbito federal, mas depois tenha desistido, devido ao alto custo. Mas adotou (e continua adotando na era Temer) a fraude da UPAs (Unidades de Pronto Atendimento), que são apenas uma nova denominação de ambulatórios ou postos de saúde. A suposta invenção das UPAs demonstra que Cabral não era competente apenas em corrupção e enriquecimento ilícito, mas também um grande mestre em matéria de marketing político-administrativo.
Sem a menor dúvida, Cabral seria um fortíssimo candidato à Presidência da República, se a fraude das UPPs não tivesse sido desmontada pela disputa permanente entre as facções. Não adianta liberar o tráfico, porque sempre haverá guerra de quadrilhas.
11 de janeiro de 2017
Carlos Newton
NOTA AO PÉ DO TEXTO
Não é possível imaginar o criminoso Cabral presidente da república, pelo partido mais corrupto e fisiológico que já passou pelo Congresso. 
É voz corrente entre os mais sérios comentaristas políticos que o país somente conseguirá alcançar o patamar de um país sério, com a extinção dessa casta de privilegiados que infesta a Cãmara e o Senado, e outras instituições.
A inépcia em que mergulhou o Brasil, graças a infelicidade de partidos como o PT e o PMDB até hoje viverem de comer o queijo da União, no ostracismo de mordomias que consomem o suor do trabalho do contribuinte.
Legislam em causa própria e consolidam o vergonhoso corporativismo que suja a imagem do Brasil no exterior.
As necessárias reformas política, tributária, trabalhista, previdenciária e tantas outras, principalmente a do Código Penal e Civil, bem como uma Constituição decente, ficam engavetadas, alimentado o discursos de palanqueiros oportunistas.
O caso da fraude das UPPs é o sintoma do câncer que já irradiou metástases por todo o organismo do poder público.
É admirável a 'cordialidade' do nosso povo, que já anda um pouco desacreditada, estimulada por alguns grupos coletivos de resistência à corrupção.
Serve também de retrato da doentia desorganização que grassa no sistema penal e que ocupa a mídia, as chacinas promovidas pelas facções criminosas  pelo comando do tráfico de drogas e armas, que ocupam a mídia.
Pobre do meu país...
m.americo

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