Em 2006, chegou a custar R$ 3,7 milhões. |
Em primeiro lugar, o Implicante deixa claro que considera um absurdo a mera existência de um “avião presidencial”. É algo que vai além do despautério, para dizer o mínimo. Nesse sentido, e por lógica, também somos contra tudo que decorra disso: gastos em geral, comida de bordo etc.
Hoje, muitos petistas resolveram mostrar indignação com Michel Temer, pois foi divulgada uma licitação no total de R$ 1,7 milhão para a compra de comida de bordo; e, como ocorre em procedimentos desse tipo, havia a discriminação dos itens.
Pois bem: em 2010, Lula fez a mesma coisa. Ou melhor: QUASE a mesma coisa. A compra foi de R$ 1,8 milhões, um valor maior MESMO SEIS ANOS ATRÁS (ponham aí inflação e afins, para ter ideia do que se trata). E sem licitação. Isso mesmo: SEM LICITAÇÃO. Há inúmeras outras compras do tipo, realizadas pelo Governo Federal, mas essa serve de exemplo.
Hoje, propõe-se um Pregão para que forneça quem oferecer o menor preço; em 2010, não. Notório saber? Especialização extrema? Que alguém explique, pois é algo um tanto controverso. E, se alguém duvida, aí vai cópia do Diário Oficial da União do dia 21/01/2010 (sim, quase SETE anos atrás):
Já tratamos aqui dos luxos extremos do governo de Dilma Rousseff, mas é bom trazer ainda mais elementos. Desse modo, segue trecho de uma interessante reportagem do jornal O Globo, de outubro do ano passado (o que torna o exemplo de 2010 até meio bobo):
“Como nem os donos de segredos de Estado conseguem guardá-los, sabe-se que um dos mais caros cardápios é mantido à margem da contabilidade rotineira de copa e cozinha palaciana: custa R$ 2 milhões anuais o serviço de comida a bordo do avião presidencial. Já foi mais. Em 2006, Lula chegou a gastar R$ 3,7 milhões — mais que a conta dos cinco mil telefones da presidência naquele ano. Ele instituiu um padrão em voos, preservado por Dilma, com variedade de carnes (coelho assado, costeleta de cordeiro, rã, pato, picanha e peixe). O café da manhã a bordo custa R$ 58,60; a bandeja de frutas, R$ 102; cada canapé de caviar sai a R$ 7; camarão ou salmão defumado, a R$ 4,60. Em viagens ao exterior, Dilma prefere hotéis às residências oficiais nas embaixadas brasileiras. Em junho, passou três dias numa suíte do St. Regis, em Nova York, decorada por joalheiros da Tiffany. Depois, passou um dia em São Francisco, Califórnia, no hotel Fairmont, cuja suíte principal tem um mapa estelar em folhas de ouro contra um céu de safira. O custo médio das diárias nos EUA foi de R$ 36 mil. Para servi-la e à comitiva foram contratados 19 limusines, 15 motoristas, dois ônibus e um caminhão para transportar bagagens. Custou R$ 360 mil (o pagamento atrasou dois meses). Em Atenas, na Grécia, em 2011, a presidente gastou R$ 244 mil numa “escala técnica” de 24 horas — mais de R$ 10 mil por hora.” (grifamos)
Então, é aquilo de sempre: esse pessoal NÃO ESTÁ preocupado com comidinha de avião ou gastos exagerados. Para eles, o ato em si pouco importa; o que vale é quem o pratica. Se é um político amado, tudo bem; se é o adversário, aí ficam furiosos. E, convenhamos, os últimos que podem reclamar de “luxos” presidenciais são justamente aqueles que apoiavam – e ainda apoiam! – os ex-presidentes.
Isso ajuda a entender a tal da “bolha” em que vivem há anos, e da qual simplesmente não conseguem sair. E também faz com que todos nós tenhamos ainda mais certeza de estar do lado certo, que é o lado de NENHUM político.
28 de dezembro de 2016
implicante
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