"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

A ESQUERDA, A IMPRENSA E O ESTAMENTO BUROCRÁTICO TÊM UM SÓ ALVO: DERRUBAR MICHEL TEMER

O conjunto de fatos que ganhou repercussão na imprensa nacional nos últimos dias indica claramente uma ação orquestrada por parte de toda a grande imprensa, segmentos relevantes do estamento burocrático, além de toda esquerda nacional, cujo objetivo é um só: criar condições para inviabilizar o governo de Michel Temer, promover uma ruptura à esquerda no atual quadro de poder, e desta forma antecipar eleições ou promover uma eleição indireta através de um congresso corrupto e comprometido. 
Eleições essas que seguramente seriam vencidas por um candidato da esquerda. 
Vejamos alguns desses fatos:

a) Mais um vazamento de delação da Odebrecht que aponta caixa dois para a chapa Dilma-Temer na última campanha eleitoral.

b) Reaparecimento de Marina Silva, que surge do nada feito uma fênix amazônica para informar que continua sendo candidata preferencial dos comunistas à presidência da república.

c) Proposta de emenda constitucional para conceder poderes constituintes ao atual Congresso, conforme tratamos em nossa última transmissão ao vivo.

d) Declarações de figuras públicas como o senador Ronaldo Caiado, defendendo a renúncia de Michel Temer.

O problema das alternativas de poder

Michel Temer não é o político em quem os conservadores e a direita votariam em circunstâncias normais, assim como seu governo de modo algum pode ser considerado um governo direita. 
Ele está presidência por ter sido escolhido pelos eleitores petistas. Ele próprio é originário da mesma classe política cuja maioria dos integrantes está comprometida nas investigações da Lava Jato. Trata-se da mesma classe política que desfigurou o projeto original das Dez Medidas Contra Corrupção e o transformou em um monstrengo jurídico destinado a proteger e blindar políticos corruptos.

Resta saber, no entanto, em que medida uma ruptura de poder agora poderá ou não ser benéfica para o país. 
Em nosso entender não será. Isso pelo simples fato de não haver alternativa de poder outra que não seja à esquerda. 
O campo conservador e de direita não possui alternativa viável para apresentar ao país nesse momento no caso de haver uma ruptura. Até porque a solução dessa ruptura se dará no âmbito da relação promíscua existente entre a classe política corrupta e fisiológica e as forças políticas de esquerda.

Uma ruptura que representará um aprofundamento da crise econômica diante do cenário de incertezas, com a interrupção do processo de reformas estruturais iniciadas com a aprovação emenda constitucional do teto de gastos, com a proposta de reforma da previdência, e a proposta que será apresentada ano que vem de reforma na nossa anacrônica e surrealista legislação trabalhista. 

Reformas dessa natureza, que o governo de Michel Temer tem mostrado disposição para fazer e que são imprescindíveis para o país, jamais seriam propostas por um governo que venha a surgir de uma eventual ruptura de poder nesse momento.

Por fim, cumpre observar a natureza das delações da Odebrecht: a empresa mantém há anos uma relação de natureza promíscua e corrupta com o poder político. 
É ingenuidade achar que agora, estando sob investigação, que as delações feitas por seus executivos se limitem a uma colaboração formal com a justiça. 
É preciso levar em conta que essas delações também contêm um componente de cálculo político bem elaborado: um cálculo onde se determina de maneira precisa que forças e personagens políticos serão poupados e quais serão alvo das delações, tendo em vista vantagens futuras.

22 de dezembro de 2016
paulo enéas
crítica nacional

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