APELIDO APARECE NA LISTA DA ODEBRECHT DUAS VEZES
O Setor de Operações Estruturadas, descoberto pela Polícia Federal na Odebrecht e conhecido como 'Departamento da Propina', ainda guarda segredos. Nos documentos desse setor, políticos e autoridades eram identificados por apelidos, muitas vezes inusitados, ao lado do valor da propina repassado. O ex-senador Gim Argello (ex-PTB-DF), por exemplo, era chamado de “Alcoólico”. “Italiano” era o apelido de Antônio Palocci, ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil dos governos Lula e Dilma, preso nesta segunda-feira (26/9). Nem todos os apelidos, no entanto, foram identificados. O mais recente personagem dessa trama surgiu justamente das apreensões feitas no âmbito da 35ª fase da ação, deflagrada nesta semana. Ele é “o Diplomata” de Brasília.
O apelido consta de uma planilha que havia sido apagada e foi parcialmente resgatada pelos técnicos que atuam na Operação Lava Jato. O material estava em um disco rígido apreendido com a ex-funcionária da construtora Maria Lúcia Guimarães Tavares, também presa e colaboradora na investigação. Entre os arquivos que foram recuperados, há duas citações ao “Diplomata” como receptor de “solicitações especiais” do setor de propinas da Odebrecht.
A menção ao “Diplomata” consta de um arquivo chamado de “NTUSER.DAT-Report” e que, assim como boa parte do material coletado com Maria Lúcia, foi corrompido. Nesse arquivo, há 12 menções a “solicitações especiais” de Brasília, mas os investigadores, nos autos referentes à 35ª fase da Lava Jato, destacam que há muito a ser elucidado.
"O arquivo NTUSER.DAT-Report revela que muitos documentos foram acessados por Maria Lúcia Guimarães Tavares acerca das solicitações e pagamentos feitos pelo Setor de Operações Estruturadas. Dentre elas, chamam atenção aqueles referentes a pagamentos em Brasília (...), não identificados na análise do documento", diz o relatório da PF.
O arquivo Ntuser.Dat é próprio do sistema Windows. Cada perfil de usuário criado no sistema operacional possui um arquivo com essa identificação. Um perfil de usuário contém arquivos pessoais e configurações de preferências que são específicos para cada um. Por exemplo, cada perfil de usuário contém uma pasta de documentos únicos, configuração do menu Iniciar, as propriedades da área de trabalho e histórico de navegação. O arquivo NTUSER.DAT é um arquivo de registro, conforme descrito pela Microsoft, é um "banco de dados central hierárquica".
27 de setembro de 2016
diário do poder
O APELIDO CONSTA DE UMA PLANILHA QUE HAVIA SIDO APAGADA E FOI PARCIALMENTE RESGATADA. (FOTO: ABR) |
O Setor de Operações Estruturadas, descoberto pela Polícia Federal na Odebrecht e conhecido como 'Departamento da Propina', ainda guarda segredos. Nos documentos desse setor, políticos e autoridades eram identificados por apelidos, muitas vezes inusitados, ao lado do valor da propina repassado. O ex-senador Gim Argello (ex-PTB-DF), por exemplo, era chamado de “Alcoólico”. “Italiano” era o apelido de Antônio Palocci, ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil dos governos Lula e Dilma, preso nesta segunda-feira (26/9). Nem todos os apelidos, no entanto, foram identificados. O mais recente personagem dessa trama surgiu justamente das apreensões feitas no âmbito da 35ª fase da ação, deflagrada nesta semana. Ele é “o Diplomata” de Brasília.
O apelido consta de uma planilha que havia sido apagada e foi parcialmente resgatada pelos técnicos que atuam na Operação Lava Jato. O material estava em um disco rígido apreendido com a ex-funcionária da construtora Maria Lúcia Guimarães Tavares, também presa e colaboradora na investigação. Entre os arquivos que foram recuperados, há duas citações ao “Diplomata” como receptor de “solicitações especiais” do setor de propinas da Odebrecht.
A menção ao “Diplomata” consta de um arquivo chamado de “NTUSER.DAT-Report” e que, assim como boa parte do material coletado com Maria Lúcia, foi corrompido. Nesse arquivo, há 12 menções a “solicitações especiais” de Brasília, mas os investigadores, nos autos referentes à 35ª fase da Lava Jato, destacam que há muito a ser elucidado.
"O arquivo NTUSER.DAT-Report revela que muitos documentos foram acessados por Maria Lúcia Guimarães Tavares acerca das solicitações e pagamentos feitos pelo Setor de Operações Estruturadas. Dentre elas, chamam atenção aqueles referentes a pagamentos em Brasília (...), não identificados na análise do documento", diz o relatório da PF.
O arquivo Ntuser.Dat é próprio do sistema Windows. Cada perfil de usuário criado no sistema operacional possui um arquivo com essa identificação. Um perfil de usuário contém arquivos pessoais e configurações de preferências que são específicos para cada um. Por exemplo, cada perfil de usuário contém uma pasta de documentos únicos, configuração do menu Iniciar, as propriedades da área de trabalho e histórico de navegação. O arquivo NTUSER.DAT é um arquivo de registro, conforme descrito pela Microsoft, é um "banco de dados central hierárquica".
27 de setembro de 2016
diário do poder
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