"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

DEPOIS DA MANCADA DE SUSPENDER A DELAÇÃO DA OAS, JANOT TENTA "MOSTRAR SERVIÇO"



Charge do Aroeira, reprodução do Portal O Dia



















A Procuradoria-Geral da República investiga 364 deputados, senadores, ministros, entre outros políticos e supostos cúmplices suspeitos de envolvimento em desvios de dinheiro da Petrobras ou na tentativa de atrapalhar as investigações sobre o assunto. As investigações estão sendo conduzidas em 81 inquéritos pedidos pelo procurador-geral Rodrigo Janot e autorizadas pelo ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). Os inquéritos já resultaram na abertura de 14 denúncias.
As informações foram divulgadas pela Procuradoria-Geral nesta quarta-feira. Os números mostram crescimento expressivo de inquéritos e de investigados, desde que as investigações da Lava-Jato chegaram ao STF no início do ano passado. Em março do ano passado, depois de criar um grupo de trabalho especialmente para investigar políticos com foro suspeitos de envolvimento nas fraudes na Petrobras, Janot pediu e Zavascki autorizou a abertura de 28 inquéritos contra 54 pessoas. Menos de dois anos depois, o número de inquéritos é quase três vezes superior ao inicial.
INVESTIGADOS – Entre os alvos das investigações do procurador-geral estão a presidente afastada Dilma Rousseff, os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Fernando Collor (PTB) e José Sarney (PMDB), o presidente nacional do PSDB Aécio Neves (MG), o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), P), o senador Romero Jucá (PMDB-RR) e o banqueiro André Esteves. A Procuradoria-Geral pediu, sem sucesso, a prisão de Renan, Sarney e Jucá. Os pedidos foram negados.
Janot também pediu a prisão de Cunha, mas ainda não há deliberação de Zavascki sobre o caso. O procurador-geral também pediu e obteve a prisão do ex-senador Delcídio Amaral, que à época era líder do governo Dilma no Senado. Foi a primeira prisão de um senador desde a promulgação da Constituição de 1988. Ao longo das investigações, o STF autorizou a quebra de 147 sigilos fiscais, 168 sigilos bancários e 121 telefônicos.
O STF já homologou também 41 acordos de delação premiada. A partir das investigações avalizadas pelo STF, a Procuradoria-Geral obteve a repatriação de R$ 79 milhões. Ao todo, a Lava-Jato contabiliza o retorno do exterior de R$ 659 milhões desviados de contratos entre a Petrobras e empreiteiras, entre outras grandes empresas.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
– Depois da mancada na suspensão do acordo de delação do empreiteiro Léo Pinheiro, que causou um impressionante retrocesso nas investigações, Janot se apressa em divulgar as estatísticas da Lava Jato, para mostrar serviço.  Melhor faria se reconhecesse o erro e restabelecesse logo as negociações com o ex-presidente da OAS, para que as revelações já feitas por ele possam ser usadas como provas. Mas a vaidade não permitirá que admita ter cometido um equívoco de tamanhas conseqüências. (C.N.)


25 de agosto de 2016
Jailton de Carvalho
O Globo

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