"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 13 de julho de 2016

PARA O JUIZ SÉRGIO MORO, VAI SER DIFÍCIL CONDENAR A MULHER DE EDUARDO CUNHA


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Ao ser fotografada, Cláudia gosta de exibir os olhos azuis















Os jornais noticiam que os advogados de Cláudia Cruz, mulher do deputado Eduardo Cunha, arrolaram seis parlamentares federais e dois ministros para testemunhar em seu favor, dizendo que ela jamais participou dos negócios do marido. A estratégia de defesa é muito inteligente, porque Cláudia Cruz tinha dinheiro pessoal, fruto de seu trabalho na TV Globo e da indenização milionária recebida na Justiça.
O processo está correndo em separado na 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba, sob responsabilidade do juiz Sérgio Moro. Em depoimento, a mulher de Cunha disse que a TV Globo teve de lhe pagar R$ 5 milhões. Se for verdade, e isso é fácil de o juiz Moro comprovar, ela poderia ter contas no exterior e movimentá-las à vontade, desde que obedecesse à lei.
Além disso, se Cláudia Cruz estivesse acusada apenas de gastar dinheiro sujo de Cunha, seria facilmente inocentada. Na Justiça mundial, não existe caso de mulher ser condenada pelos crimes do marido, se não tiver sido cúmplice. Gastar dinheiro sujo não é crime, caso contrário a mulher de Al Capone também teria sido encarcerada. Ou seja, para condenar a mulher de Cunha, é necessário que existam acusações consistentes.
CONTA NA SUÍÇA – A principal denúncia do Ministério Público Federal diz que Cláudia Cruz é a única controladora da conta em nome da offshore Köpek, na Suíça, por meio da qual pagou despesas de cartão de crédito no exterior em um montante superior a US$ 1 milhão num prazo de sete anos, entre 2008 e 2014.  E as investigações apontam que o valor é totalmente incompatível com os salários e o patrimônio declarado de seu marido.
Quase a totalidade do dinheiro depositado na Köpek (99,7%) teve origem nas contas Triumph SP (US$ 1.050.000,00), Netherton (US$ 165 mil) e Orion SP (US$ 60 mil), todas pertencentes a Eduardo Cunha“, afirma a Procuradoria. E isso é uma prova contra Cláudia Cruz, mostrando que ela não estava gastando o dinheiro que ganhara da Globo.
DINHEIRO DE PROPINAS – Diz a denúncia que as contas de Cunha no exterior eram utilizadas para receber e movimentar propinas oriundas de crimes contra a administração pública, praticados por ele, que depois repassava dinheiro da corrupção para a conta da mulher
Por meio da mesma conta Köpek a acusada também se favoreceu de parte de valores de uma propina de cerca de US$ 1,5 milhão que seu marido recebeu para ‘viabilizar’ a aquisição, pela Petrobras, de 50% do bloco 4 de um campo de exploração de petróleo na costa do Benin, na África, em 2011“, assinala o Ministério Público Federal.
CEGUEIRA DELIBERADA – No despacho em que aceitou a denúncia, o juiz Moro afirma que Cláudia Cruz pode ter agido com dolo ou cegueira deliberada. “(…) a própria ocultação desses valores em conta secreta no exterior, por ela também não declarada, a aparente inconsistência dos gastos efetuados a partir da conta com os rendimentos lícitos do casal, aliada ao afirmado desinteresse dela em indagar a origem dos recursos, autorizam, pelo menos nessa fase preliminar de recebimento da denúncia, o reconhecimento de possível agir com dolo eventual ou com cegueira deliberada (…)“, afirma Moro.
BATALHA JUDICIAL – Como se vê, essa batalha judicial vai se travar em torno da seguinte questão: Cláudia Cruz sabia ou não sabia que usava recursos ilícitos? Bem, é claro que ela vai dizer que não. Portanto, é preciso que o Ministério Público prove o contrário. Mas como conseguir? Vai ser difícil.
Juridicamente, não adianta o juiz Moro sustentar que houve “cegueira deliberada”, na teoria da Suprema Corte dos EUA, um tipo de dolo eventual que é dificílimo de ser provado. E também não adianta alegar que Cláudia Cruz é uma jornalista que tem noção das coisas, porque ela nunca foi jornalista de verdade, era uma simples apresentadora de telejornal, do tipo que apenas lê o que se aparece diante dela, esta é a realidade. É claro que há muitos apresentadores-jornalistas, mas não é o caso de Cláudia Cruz, uma deslumbrada, que nas últimas décadas se tornou uma dondoca que só se preocupa com futilidades. Classificá-la de jornalista significa uma desonra à profissão.
É justamente por Cláudia Cruz ser uma idiota completa que o o juiz Moro terá uma enorme dificuldade para justificar a condenação dela. E assim la nave va, cada vez mais fellinianamente.

13 de julho de 2016
Carlos Newton

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