"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 31 de julho de 2016

LULA, À BEIRA DO ABISMO, SÓ FALTA DAR UM PASSO PARA FRENTE...



Charge do Fred, reprodução do Portal UOL

O conluio entre Lula e família e as grandes empreiteiras acaba de desaguar na transformação do ex-presidente da República em réu de crimes capazes de levá-lo à prisão, tanto quanto a quadrilha por tanto tempo acostumada às suas benesses e falcatruas. Se acontecer, junto com o necessário afastamento definitivo de Dilma Rousseff, nem por isso estará o país livre da rachadura. Mesmo com o PT posto em frangalhos, a divisão entre as elites e as massas tornará as ruas e as consciências intransitáveis.

Batalhas entre o Brasil formal e o Brasil real visam impedir opções e espaço para a conciliação. Isso, só depois da explosão, de resultados imprevisíveis. Raras vezes tem-se verificado dicotomia tão profunda em nossa História, recaindo a responsabilidade pelo embate na avidez das lideranças das duas porções em choque. Perderão ambas, mas o que resultará do mútuo esgotamento das partes?

Tempo ainda há, muito curto, para evitar o pior. Antecipar as eleições gerais para breve pode constituir-se em solução, ainda que tanto as elites quanto as massas apresentem suas soluções inconciliáveis. Imaginar a terceira alternativa sempre será possível, ainda que geralmente ilusória. O radicalismo de um lado e de outro obstará a conciliação, deixando mínimo espaço para desenvolver-se. Como se trata da derradeira oportunidade de evitar o caos, quem sabe?

Não é hora de fulanizar, porque mesmo disfarçados, os grupos em choque serão facilmente identificáveis. À beira do abismo, porém, tudo é possível para evitar a queda.


31 de julho de 2016
Carlos Chagas

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