Na quinta-feira (28), quando a Polícia Federal divulgou laudo em que Lula e a ex-primeira-dama Marisa Letícia são mencionados várias vezes como tendo dado palpites e ordens na reforma do sítio Santa Bárbara, em Atibaia, no interior de São Paulo, a luz vermelha acendeu na cúpula do PT. Isso porque a perícia deixa evidente que o proprietário oficial do imóvel, Fernando Bittar (é sócio de Fábio Luís Lula da Silva), não tinha condições financeiras declaradas para adquirir o bem e reformá-lo.
Além disso, a PF anexou ao laudo mensagens e fotos encontradas no celular do arquiteto da OAS e que confirmam a participação de Lula na definição dos detalhes da reforma que ampliou a área construída do sítio e custou R$ 1,2 milhão.
Se com esse episódio o alerta foi acionado no PT, com a decisão do juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara da Justiça Federal de Brasília, de aceitar denúncia contra o petista por tentativa de obstrução dos trabalhos da Justiça, no caso do fracassado plano de comprar o silêncio de Nestor Cerveró, fez com que a luz ficasse piscando nas altas esferas petistas. Afinal, cresceu exponencialmente nas últimas horas a possibilidade de Lula ser preso a qualquer momento.
No contraponto, a manobra rasteira e desesperada de recorrer ao Comitê de Direitos Humanos da ONU, acusando o juiz Sérgio Moro e os procuradores da Operação Lava-Jato de abuso de poder e falta de imparcialidade, deve dar em nada, pois os processos que têm Lula no foco seguem o estrito rito determinado pela legislação vigente no País.
Como antecipou o UCHO.INFO, em matéria publicada na edição de quinta-feira, a intenção de Lula, ao recorrer à ONU, foi politizar o fato e deixar pronto um cenário em que possa faturar politicamente sua eventual prisão. A ideia tem como alvo a tentativa de ressuscitar o PT nas eleições municipais de outubro próximo, algo que já era considerado muito difícil, mas que com os últimos acontecimentos alcançou o patamar do impossível.
O objetivo de dar caráter político a todos os fatos negativos que o envolvem fica claro nas declarações e afirmações de Lula. Nesta sexta-feira (29), após tornar-se réu em ação que está no guarda-chuva da Lava-Jato, Lula disse que se o objetivo era tirá-lo da corrida presidencial de 2018, a decisão do juiz foi desnecessária.
“Se o objetivo de tudo isso é me tirar de 2018, isso não era necessário, a gente escolheria outro candidato mais qualificado, mas essa provocação me dá uma coceira” declarou. Lula lidera de forma extremamente antecipada a corrida ao Palácio do Planalto, de acordo com pesquisa Dafafolha divulgada no dia último dia 16. Contudo, o petista perderia em todos os cenários de segundo turno se a eleição fosse hoje.
31 de julho de 2916
ucho.info
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