Em editorial publicado nesta quinta-feira (10), o jornal britânico “Financial Times” fez elogios à Operação Lava Jato e afirmou que a denúncia do Ministério Público contra o ex-presidente Lula reforça a ideia de que não há “intocáveis” no Brasil. Para a publicação, as investigações do escândalo da Petrobras mostraram a força das instituições brasileiras ao julgar e prender nomes poderosos, como o empresário Marcelo Odebrecht, condenado pelo juiz Sergio Moro a 19 anos e 4 meses de prisão.
“A noção que de que não há intocáveis no Brasil foi reforçada ainda mais agora […] É difícil imaginar algo parecido acontecendo em outros BRICS atormentados pela corrupção, como Rússia ou China”, diz o jornal.
O texto também destaca o custo político e econômico que a operação tem gerado para a presidente Dilma e disse que o futuro ainda é incerto, especialmente com o risco crescente de polarização do ambiente político.
“Prever como tudo se desenrolará ainda é apenas dar um palpite. Se os protestos de domingo atingirem as mesmas duas milhões de pessoas que foram às ruas em março, a coalizão do governo pode entrar em colapso. As bolsas têm subido acreditando que esse processo catártico poderia antecipar as eleições e estimular uma política econômica razoável. Contudo, o oposto também é possível, especialmente com novas evidências de corrupção no primeiro escalão emergindo”, diz o editorial.
IMPRENSA INTERNACIONAL
O pedido de prisão preventiva do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva repercutiu internacionalmente. O italiano La Repubblica noticiou o caso e lembrou a acusação do Ministério Público, de que o ex-presidente estaria ocultando a propriedade de um imóvel no Guarujá.
Em matéria publicada na internet, o argentino “Clarín” afirmou que pedido tem forte impacto político e que é “a primeira vez na história do país que se pede a prisão de um ex-presidente”. O periódico lembrou que, até o momento, a Justiça ainda não se manifestou sobre o pedido de prisão nem sobre a denúncia oferecida pelo Ministério Público de São Paulo.
Entre outros sites internacionais, o pedido ganhou as manchetes no também argentino “La Nación” e no espanhol “El País”, que ressaltou que, no documento entregue pelos promotores, fica clara uma tentativa de impedir que Lula seja “blindado”, como se fosse um “cidadão acima da lei”.
10 de março de 2016
Deu em o Tempo
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