A colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, revela que o ministro José Eduardo Cardozo pode ser deslocado para a AGU, a Advocacia Geral da União, como solução encontrada pela presidente Dilma Rousseff para mantê-lo no governo. Como se sabe, Cardozo tem sido duramente criticado pelo ex-presidente Lula, que atribui a ele o envolvimento do governo e do PT nas investigações da Lava Jato, reclamando insistentemente que o ministro por não consegue controlar a Polícia Federal, subordinada ao ele na pasta da Justiça.
Cardozo estava sofrendo com os ataques de Lula, cada vez mais ácido em relação a ele. Sua nomeação para a AGU está sendo facilitada pela saída do ministro Luís Inácio Adams, que arranjou um belo emprego de advogado na iniciativa privada e decidiu abandonar o governo, antes que as coisas piorem no Planalto. Quanto ao Ministério da Justiça, segundo a jornalista Mônica Bergamo, que tem bons informantes no governo, o substituto de Cardozo deve ser um procurador Wellington Cesar, ligado ao ministro Jaques Wagner, que tem o sonho de finalmente “controlar” a PF, e o deputado Wadih Damous (PT-RJ), que foi presidente da OAB do Rio de Janeiro. Ou seja, duas tragédias anunciadas.
O fato é que, confiantes na perenidade do PT no poder, os principais integrantes do chamado núcleo duro da presidente Dilma Rousseff nem quiseram disputar eleição em 2014. Agora, estão apavorados com a possibilidade de impeachment ou cassação pela Justiça Eleitoral. Se acontecer uma dessas hipóteses, figuras de destaque da administração pública, como Jaques Wagner, José Eduardo Cardozo, Ricardo Berzoini, Miguel Rossetto, Aloizio Mercadante e Edinho Silva ficarão no sereno, fora da política, porque não têm mandatos.
EMPREGO GARANTIDO
Entre os ministros do núcleo duro, apenas Cardozo tem emprego público, como procurador do Município de São Paulo, mas Mercadante tem possibilidade de conseguir um emprego de primeira. Velho amigo de Henrique Meirelles, que nos anos 90 o contratou para assessorá-lo no antigo Banco de Boston, o economista do PT pode se abrigar novamente junto a ele, que preside o grupo Friboi.
A propósito do curriculum de Mercadante, poucos sabem que em 2002 foi ele que sugeriu Meirelles para presidir o Banco Central no governo de Lula, que não tinha um nome de prestígio para o cargo. Como dizia o saudoso colunista Ibrahim Sued, em sociedade tudo se sabe.
29 de fevereiro de 2016
Carlos Newton
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