"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

"EXÉRCITO DE STÉDILE" FARÁ ATO PRÓ-DILMA NO DIA 31 DE MARÇO



Exército de Stédile em ação, diante da ABI, no Rio de Janeiro


















Aproveitando a data em que ocorreu o golpe militar em 1964, os movimentos sociais programam um ato de defesa ao mandato da presidente Dilma Rousseff para 31 de março. A manifestação será em Brasília e reunirá a Frente Brasil Popular, que tem o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e entidades sindicais como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), ligada ao PT, e a Frente Povo Sem Medo, que tem grupos mais refratários ao governo, como o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e a Intersindical – Instrumento de Luta e Organização da Classe Trabalhadora, ligada ao Psol.
“Ditadura, a gente já viveu no passado, não podemos ter golpe de novo. Em relação à presidenta Dilma, não tem absolutamente nada que impeça ela de governar”, disse o secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre, ao Broadcast Político. “Nossa democracia ainda é recente e frágil. Não há razão legal para o impedimento da presidenta”, disse Gilmar Mauro, um dos líderes do MST, à reportagem.
A manifestação virá mais de duas semanas depois do ato programado por movimentos anti-Dilma, com apoio da oposição, em 13 de março. “Não estamos demorando a responder porque não é uma manifestação de resposta. Não vamos ser pautados por esse povo (pró-impeachment). Esse pessoal que está insistindo em agravar crise política está prestando um grande desserviço ao País. Um dia, a história vai mostrar isso”, disse Nobre.
CRÍTICA A AÉCIO
Ele também criticou a postura do presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), de apoiar grupos como Movimento Brasil Livre (MBL), Vem Pra Rua e Revoltados Online. “O papel dele era ajudar o País a crescer. Isso prova que ele não tinha estatura para ser presidente, que o povo fez certo ao não escolher ele (nas eleições de 2014).”
Mauro afirma que a data permitirá também uma maior organização entre as dezenas de movimentos e centrais que integram as frentes. O líder do MST afirma que não há qualquer estimativa oficial da organização do ato do dia 31, mas que ele acredita ser possível reunir entre 50 mil e 100 mil manifestantes em Brasília.
Os líderes dos movimentos dizem que seguem críticos à orientação da política econômica do governo, mas que isso não significa uma autorização para depor Dilma. Eles rebatem a ideia de que a prisão do marqueteiro João Santana, na Operação Lava Jato, seja motivo para impeachment ou para uma cassação da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
CRÍTICAS A DILMA
“Evidentemente, somos críticos ao governo Dilma, muito críticos, mas ela foi eleita legitimamente. Se a presidente for impedida por isso (caixa dois de campanha), todos os governadores, prefeitos, a maioria dos deputados teria de ser impedida. O caixa dois é parte da lógica da política brasileira e continuará sendo, enquanto não houver uma verdadeira reforma política”, disse Mauro. “Defendemos que tem de se investigar, mas todas as campanhas, não um lado só. Os mesmos caixas que financiaram o PT, financiaram o PSDB e o PMDB. Não há equidade no processo de apuração”, complementou Nobre.
Novamente, o ato dos movimentos sociais e das centrais sindicais vai às ruas com a pauta de defesa do direito da presidente Dilma governar, mas levará duras críticas à política econômica do governo. A principal crítica deve se centrar à proposta da reforma da Previdência. “Não dá para misturar as duas coisas. Defendemos a democracia, mas somos contra a reforma da Previdência e toda essa política econômica de ajuste, que é uma fórmula de desemprego e depressão”, afirmou Mauro, do MST. “Temos como eixo principal a defesa do emprego, contra a reforma da Previdência com essa proposta de idade mínima e equalização da idade de aposentadoria de homens e mulheres”, disse Nobre, da CUT.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Conforme já anunciamos aqui na Tribuna da Internet, o chamado “exército do Stédile”, convocado pelo ex-presidente Lula, já está nas ruas e não pretende sair. A partir de agora, todo protesto contra Dilma será reprimido na base da violência. Resta saber o que acontecerá no dia 13 de março, quando será realizada a megamanifestação nacional pelo impeachment de Dilma. Se não houver policiamento ostensivo, tudo pode acontecer. O ato pró-Dilma no dia 31 parece ser uma provocação às Forças Armadas. Todo cuidado é pouco, como dizia Ibrahim Sued, porque cavalo não desce escada… (C.N.)

26 de fevereiro de 2016
Ana Fernandes
Estadão

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