Verdadeiro incêndio lança labaredas na economia global, nesta sexta feira, 15 de janeiro.
Os sinais são alarmantes, com repercussão direta na economia brasileira, que fatalmente pagará parte dessa derrocada.
A bolsa de Xangai fechou hoje, 15, novamente em grande queda, atingindo quase 4%.
Sidney, Manilha, Seul, Tóquio, Malásia e Hong Kong mostraram tendência semelhante.
As bolsas Europeias seguem a mesma trilha e apresentam forte desvalorização, acompanhando as bolsas Asiáticas.
O “susto” acentuou-se desde ontem, quinta, 14, quando o conselheiro de Estado da China Yang Jiechi alertou para a possibilidade de uma nova crise financeira global.
Ele é o responsável máximo pelos negócios estrangeiros do gigante asiático.
"Não é possível descartar por completo a possibilidade de vermos acontecer uma nova crise econômica, e o problema não devia ser negligenciado”, afirmou Jiechi.
O aprofundamento da crise econômica da China seria em razão do vazamento das informações, de que o governo desvalorizará o Yuan, seguindo a velha política de incrementar as suas exportações.
Contribuiu também a notícia divulgada no jornal International Finance News, de que bancos do gigante asiático estariam rejeitando ações de empresas chinesas como garantia para empréstimos.
Por outro lado, o mercado enxerga o tsunami que corrói os países produtores de petróleo, com a abrupta continuidade da queda de preço do barril, indicando a inevitável redução da atividade econômica global.
Justamente na hora em que a China busca acelerar as suas exportações para vencer as dificuldades que enfrenta, a Reutersdivulga a declaração de Donald Trump, um dos candidatos Republicanos à Presidência dos Estados Unidos, a favor de uma taxação sobre produtos chineses, caso os chineses permitam a desvalorização de sua moeda, o Yuan.
Trump, que está bem nas pesquisas, defende teses de proteção radical à economia americana, desequilibrando acordos comerciais e as próprias regras do livre comércio, defendidas pelos Estados Unidos.
As ideias de Trump enfrentam obstáculos dentro do seu próprio partido.
Sobre a taxação de produtos chineses pelos Estados Unidos, o ex-governador da Flórida Jeb Bush, republicano de carteirinha, criticou-o, dizendo que isso iria somente provocar uma retaliação contra os produtos norte-americanos.
Os fatos demonstram que o incêndio na economia global coloca "frente a frente" os interesses dos Estados Unidos e da China.
O “quebra cabeça” aumenta, tornando ainda mais imprevisível o futuro do mundo, quando se sabe que a China é o maior comprador de títulos da dívida pública americana, dispondo atualmente de quase US$ 1.5 trilhão de dólares.
Por essa razão, muitas pessoas dizem que a China é proprietária dos Estados Unidos.
Essas aplicações financeiras resultaram de um longo período de 20 anos ou mais, quando os chineses exportaram bens para os Estados Unidos e como havia desequilíbrio na balança, a China aceitou receber papéis americanos, como forma de pagamento.
A primeira vista, a China estaria em vantagem, no atual momento econômico mundial.
Todavia, isso não é verdadeiro, sobretudo pelos sinais de recuperação da economia americana.
Na hipótese dos chineses tentarem ameaçar os Estados Unidos, pelo crédito que dispõem, o “tiro poderá sair pela culatra”.
O Federal Reserve simplesmente recompraria os títulos.
Se a China comprar ativos como ouro, fatalmente o Yuan seria valorizado e reduziria a competividade das exportações do país, um dos sustentáculos de sua economia.
A propósito, o economista J. Paul Getty já afirmou:
“Se você deve ao banco 100 dólares, isso é problema seu. Se você deve ao banco 100 milhões, isso é problema do banco.”
No frigir dos ovos, realmente os Estados Unidos devem a China quase 1,5 trilhões de dólares.
Entretanto, nesse caso, a China representa o banco, e, portanto, é ela que passa a ter uma “batata quente” na mão!
Vê-se que as aquecidas chamas do incêndio, que atormentam a economia global, propagam a insegurança social, econômica e política.
Infelizmente, nessa conjuntura, o Brasil será um dos mais países mais atingidos, se o fogo não for debelado.
Que Deus nos proteja!
15 de janeiro de 2016
Ney Lopes – jornalista, advogado, ex-deputado federal; ex-presidente do Parlamento Latino-Americano; professor de Direito Constitucional da UFRN
Os sinais são alarmantes, com repercussão direta na economia brasileira, que fatalmente pagará parte dessa derrocada.
A bolsa de Xangai fechou hoje, 15, novamente em grande queda, atingindo quase 4%.
Sidney, Manilha, Seul, Tóquio, Malásia e Hong Kong mostraram tendência semelhante.
As bolsas Europeias seguem a mesma trilha e apresentam forte desvalorização, acompanhando as bolsas Asiáticas.
O “susto” acentuou-se desde ontem, quinta, 14, quando o conselheiro de Estado da China Yang Jiechi alertou para a possibilidade de uma nova crise financeira global.
Ele é o responsável máximo pelos negócios estrangeiros do gigante asiático.
"Não é possível descartar por completo a possibilidade de vermos acontecer uma nova crise econômica, e o problema não devia ser negligenciado”, afirmou Jiechi.
O aprofundamento da crise econômica da China seria em razão do vazamento das informações, de que o governo desvalorizará o Yuan, seguindo a velha política de incrementar as suas exportações.
Contribuiu também a notícia divulgada no jornal International Finance News, de que bancos do gigante asiático estariam rejeitando ações de empresas chinesas como garantia para empréstimos.
Por outro lado, o mercado enxerga o tsunami que corrói os países produtores de petróleo, com a abrupta continuidade da queda de preço do barril, indicando a inevitável redução da atividade econômica global.
Justamente na hora em que a China busca acelerar as suas exportações para vencer as dificuldades que enfrenta, a Reutersdivulga a declaração de Donald Trump, um dos candidatos Republicanos à Presidência dos Estados Unidos, a favor de uma taxação sobre produtos chineses, caso os chineses permitam a desvalorização de sua moeda, o Yuan.
Trump, que está bem nas pesquisas, defende teses de proteção radical à economia americana, desequilibrando acordos comerciais e as próprias regras do livre comércio, defendidas pelos Estados Unidos.
As ideias de Trump enfrentam obstáculos dentro do seu próprio partido.
Sobre a taxação de produtos chineses pelos Estados Unidos, o ex-governador da Flórida Jeb Bush, republicano de carteirinha, criticou-o, dizendo que isso iria somente provocar uma retaliação contra os produtos norte-americanos.
Os fatos demonstram que o incêndio na economia global coloca "frente a frente" os interesses dos Estados Unidos e da China.
O “quebra cabeça” aumenta, tornando ainda mais imprevisível o futuro do mundo, quando se sabe que a China é o maior comprador de títulos da dívida pública americana, dispondo atualmente de quase US$ 1.5 trilhão de dólares.
Por essa razão, muitas pessoas dizem que a China é proprietária dos Estados Unidos.
Essas aplicações financeiras resultaram de um longo período de 20 anos ou mais, quando os chineses exportaram bens para os Estados Unidos e como havia desequilíbrio na balança, a China aceitou receber papéis americanos, como forma de pagamento.
A primeira vista, a China estaria em vantagem, no atual momento econômico mundial.
Todavia, isso não é verdadeiro, sobretudo pelos sinais de recuperação da economia americana.
Na hipótese dos chineses tentarem ameaçar os Estados Unidos, pelo crédito que dispõem, o “tiro poderá sair pela culatra”.
O Federal Reserve simplesmente recompraria os títulos.
Se a China comprar ativos como ouro, fatalmente o Yuan seria valorizado e reduziria a competividade das exportações do país, um dos sustentáculos de sua economia.
A propósito, o economista J. Paul Getty já afirmou:
“Se você deve ao banco 100 dólares, isso é problema seu. Se você deve ao banco 100 milhões, isso é problema do banco.”
No frigir dos ovos, realmente os Estados Unidos devem a China quase 1,5 trilhões de dólares.
Entretanto, nesse caso, a China representa o banco, e, portanto, é ela que passa a ter uma “batata quente” na mão!
Vê-se que as aquecidas chamas do incêndio, que atormentam a economia global, propagam a insegurança social, econômica e política.
Infelizmente, nessa conjuntura, o Brasil será um dos mais países mais atingidos, se o fogo não for debelado.
Que Deus nos proteja!
15 de janeiro de 2016
Ney Lopes – jornalista, advogado, ex-deputado federal; ex-presidente do Parlamento Latino-Americano; professor de Direito Constitucional da UFRN
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