"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 26 de dezembro de 2015

AZEREDO MANOBRA PARA QUE SUA CONDENAÇÃO SEJA PRESCRITA


Charge Junião (reprodução do blogdepolitica)


















A Promotoria de Defesa do Patrimônio Público do Ministério Público de Minas Gerais vai entrar com recurso pedindo o aumento da pena imposta ao ex-governador do Estado e ex-presidente do PSDB Eduardo Azeredo, condenado a 20 anos e 10 meses em regime fechado pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro no caso que ficou conhecido como mensalão mineiro. A intenção da Promotoria é evitar a possibilidade de prescrição da punição.
“Muito provavelmente vamos entrar para aumentar a pena”, disse o promotor João Medeiros, responsável pela acusação do mensalão mineiro – um esquema de financiamento ilegal da campanha à reeleição de Azeredo, em 1998, por meio do desvio de recursos públicos de estatais mineiras que firmaram contratos de fachada com agências de publicidade de Marcos Valério Fernandes de Souza, conforme denúncia da Procuradoria-Geral da República.
O processo contra Azeredo tramitava no Supremo Tribunal Federal porque ele era deputado federal. Mas seguiu para a primeira instância quando ele renunciou ao mandato, em março de 2014. O Ministério Público Estadual ratificou a denúncia da Procuradoria-Geral da República e as alegações finais do procurador-geral, Rodrigo Janot, que havia recomendado a pena de 22 anos de prisão para o tucano.
Se fosse condenado diretamente pelo Supremo, Azeredo não poderia apelar a outras instâncias. Com a decisão da juíza Melissa Pinheiro Costa Lage, da 9.ª Vara Criminal de Belo Horizonte, a defesa de Azeredo poderá recorrer às instâncias superiores e protelar decisão final enquanto questiona a condenação.
Na avaliação da defesa, se o processo não tiver uma decisão transitada em julgado até 9 de setembro de 2018 – quando o tucano vai completar 70 anos de idade – a pena imposta a ele cai pela metade, abrindo espaço para a prescrição.
PRESCRIÇÕES
A Justiça já determinou a extinção da punibilidade por prescrição de dois réus do mensalão mineiro, o ex-ministro Walfrido dos Mares Guia – vice-governador na gestão de Azeredo – e Cláudio Mourão – ex-secretário de Administração do governo de Azeredo e ex-tesoureiro da campanha de 1998 – após eles completarem 70 anos.
Azeredo foi o primeiro político condenado no mensalão mineiro, que foi apontado pelo então procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, como um “laboratório” do mensalão federal que veio à tona no primeiro mandato presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva.
O advogado Castellar Guimarães, que representa Azeredo, afirmou que vai entrar com uma apelação contra a decisão da juíza no dia 21 de janeiro, quando o Judiciário retoma os trabalhos após o fim do recesso. O criminalista vai pedir a anulação ou a redução da punição. Ele, porém, descarta o uso de medidas protelatórias para forçar a prescrição da pena. “A expectativa é que se tenha uma decisão absolutória porque o problema da prescrição é que vai ficar sempre uma névoa com relação ao resultado que o processo poderia trazer. Vamos trabalhar para que os atos processuais sejam praticados a tempo e o tribunal possa analisar”, disse Guimarães.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – 
Azeredo ia ser julgado pelo Supremo, renunciou ao mandato para seu processo cair para a primeira instância. Com isso, conseguiu garantir, na prática, que jamais seja preso. É um deboche ao Judiciário brasileiro, que está podre e tem cheiro nauseabundo igual ao exalado pelos outros poderes da República. (C.N.)

26 de dezembro de 2015
Valmar Hupsel Filho e Eduardo Kattah
Estadão

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