Além disso, despejar agora US$120,0 bilhões no mercado seria suicídio a médio prazo, haja vista a enorme necessidade de controlar a inflação que já está, neste momento, na casa dos dois dígitos. Esse montante de recurso despejado no mercado traria maior pressão inflacionária uma vez que aumentaria o volume de dinheiro em circulação – quanto maior é a quantidade de dinheiro circulando na economia, maiores são as pressões inflacionarias -, e esta expansão da liquidez empurraria a carestia mais para cima, ainda; não sei se ao nível de 20% ao ano. Talvez algo próximo a isto. Mas, com certeza empurraria a solução do problema do controle fiscal para frente, aumentaria o tempo necessário para a realização do necessário ajuste fiscal, aumentando o sofrimento da população com a maior extensão da crise econômica.
DESCONTROLE CAMBIAL
Além do mais, quanto menor é a quantidade de reservas, mais próximos de um descontrole cambial estaremos, porque, quanto menor a quantidade de uma moeda em uma economia, maior é a tendência de se valorizar. Portanto, maior seria a valorização do dólar, aumentando ainda mais as pressões inflacionárias sobre o volume importado.
A sugestão de usar parte das reservas cambiais com este propósito só pode partir de mentes doentes, inconsequentes, psicopáticas que invertem o sentido da existência da nossa sociedade e a enxerga como uma ferramenta, um utilitário para proporcionar o bem-estar próprio – do grupo político e ideológico que está no poder e das famílias que constituem este mesmo grupo político, e que estão dispostos a fazer de tudo para se perpetuarem no poder e dele continuarem a usufruir de suas benesses.
ESCAMOTEANDO…
Tratar-se-ia de nova tentativa de escamotear a grave situação econômica que nos alcança, da mesma forma que Dilma e Mantega fizeram represando os preços administrados e liberando vultosos recursos do Tesouro Nacional para o BNDES, tudo para falsear o patamar inflacionário e escamotear a falta de produtividade e competitividade da economia brasileira. Tudo feito para criar números artificiais, para enganar a opinião pública, ludibriar debates e vencer, na base do populismo, o pleito eleitoral.
A única finalidade com que parte dessas reservas poderia ser usada é para liquidar, também, parte da dívida pública federal, atenuando o impacto dos juros da dívida sobre o orçamento, sobre as contas públicas. 1/3 das reservas poderia ser utilizada para amortizar parte equivalente da dívida, diminuindo a incidência de juros sobre as contas públicas. E, só.
Mas isso nunca deveria ocorrer sem o devido acompanhamento de um eficiente ajuste fiscal que levasse ao equilíbrio perene as contas do governo. Porque é medida apenas paliativa, que não sana o círculo vicioso do endividamento público, não nos tira da armadilha de liquidez monetária e nem nos liberta, também, da armadilha fiscal que Lula, Dilma e Mantega nos meteram.
26 de dezembro de 2015
Wagner Pires
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