"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

NOS BASTIDORES DOS CONCHAVOS

Confira o que Cunha negocia com Dilma para ambos se safarem da cassação e do impeachment

Cunha era um líder do maior partido da base governista no Senado e segundo maior da Câmara. Quando Rodrigo Janot nada encontra contra Aécio, Dilma se desespera e pauta o Jornal Nacional com vazamentos sobre o presidente da Câmara e Renan Calheiros, presidente do Senado. Em agosto, segundo colunistas que trabalham em Brasília, um “acordão” entre Dilma, Janot e Renan traz o peemedebista de volta à base do PT. Mas, com a possibilidade de o impeachment vingar, Temer também se afasta do Planalto.

Tudo muda quando a oposição cede à pressão da imprensa e pede, no último sábado, a renúncia de Eduardo Cunha. Acuado, recebe do outro lado a promessa de um tratamento diferenciado. Com o golpe desferido ontem por Teori Zavascki contra o impeachment, a briga reduziu-se a um embate um contra um, sem caber à oposição muita coisa além de torcer. Dilma quer ajudar Cunha para dele receber ajuda. É difícil acreditar que não selarão um acordo. Mas, segundo a Folha, o peemedebista está sendo exigente. Quer o presidente da Câmara:
  1. Os votos do PT na Comissão de Ética da Câmara, salvando-o assim da cassação.
  2. A demissão de José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça e amigo pessoal de Janot, considerado o responsável pelos vazamentos para a imprensa.
  3. A nomeação de Michel Temer como ministro da Justiça.
  4. O arrefecimento das investigações contra Cunha na Lava Jato.
O governo só se diz incapaz de atender ao quarto pedido, o que tem forte cheiro de mentira, uma vez que, desde agosto, nada substancial surge contra Renan Calheiros.
É uma trama maquiavélica que revela dois graves pontos:
  1. O autoritarismo do governo, fazendo o Brasil soar como uma ditadura refém dos comandos de um único líder.
  2. O amadorismo da oposição, que deixou mais uma vez o jogo virar a favor do governo, mesmo com Dilma e Cunha mais fragilizados do que nunca.
Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado



14 de outubro de 2015
implicante

Nenhum comentário:

Postar um comentário