A Procuradoria da República no Rio de Janeiro confirmou a homologação, na Justiça Federal, do acordo de delação premiada de Julio Faerman, empresário que representava os interesses da SBM Offshore no país. Ele é acusado de participar de esquema de propina a funcionários da Petrobras.
A SBM teria pago comissões para obter contratos com a Petrobras, entre 2006 e 2011. O acordo firmado com a procuradoria e com a Justiça Federal envolve a repatriação de US$ 54 milhões (cerca de R$ 187 milhões) que estariam em bancos da Suíça.
A empresa holandesa constrói e opera plataformas de produção de petróleo ao redor do mundo. No Brasil há seis FPSOs, que são navios plataforma com condição de produzir e armazenar óleo. Cinco são contratados pela Petrobras e um pela Shell.
A Petrobras estima que os contratos que fechou com a empresa somam US$ 27 bilhões. A SBM ainda negocia seu acordo de leniência com a CGU (Controladoria Geral da União), aberto em novembro passado.
ACORDO COM A HOLANDA
Em 12 de novembro, a SBM fechou acordo com as autoridades holandesas e aceitou pagar US$ 240 milhões para se livrar de punições na Holanda, em processo em que é acusada de pagar propina em contratos no Brasil e também em Angola e Guiné Equatorial.
Em um comunicado de abril, a SBM havia informado oficialmente que pagou US$ 139,1 milhões a um representante no Brasil, mas que não encontrou provas que funcionários públicos receberam dinheiro.
Em fevereiro, após o caso ser noticiado, a Petrobras deu início a uma apuração interna para checar as denúncias, mas no final de de março anunciou que não encontrou evidências de pagamento de propina.
VIAGEM DE NEGÓCIOS
Em início de julho deste ano, durante depoimento à CPI da Petrobras, o ex-ministro da Jorge Hage afirmou que Jorge Zelada e Renato Duque, ex-diretores da Petrobras que estão presos pela Operação Lava Jato, fizeram uma viagem não-oficial a vinhedos na Argentina em companhia de Julio Faerman.
Hage foi convocado à CPI para rebater denúncia de um ex-funcionário da SBM, Jonathan Taylor, que em entrevista à Folha acusou a CGU de ter atrasado as investigações sobre o caso da SBM para não prejudicar a candidatura à reeleição da presidente Dilma Rousseff.
07 de agosto de 2015
Deu na Folha
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