Observando a eficiência das frequentes ações da Justiça, do Ministério Público e da Polícia Federal nos processos que investigam os responsáveis pelo assalto aos cofres da Petrobrás e, quem sabe, de outras empresas e instituições, busquei informações no livro “Guia politicamente incorreto da América Latina” de autoria dos jornalistas Leandro Narloch e Duda Teixeira, também autores do “Guia politicamente incorreto do Brasil”.
Como a história da política brasileira ainda está longe de se parecer com a dos demais países da América Latina, até mesmo por termos sido colonizados pelos portugueses, decidi observar os procedimentos de déspotas que exerceram poder em seus países e, até mesmo, em terras de seus vizinhos.
Os autores do livro encerraram a obra com o título “O fim que ninguém queria”, onde relatam o fim trágico dos personagens: “Todos os personagens que dão nome aos capítulos deste livro passaram por maus bocados após a morte. Foram embalsamados, decapitados, mutilados ou exumados com objetivos diversos: pedir resgates milionários, sustentar teses históricas absurdas, promover cultos personalistas ou realizar rituais de magia negra”.
Estes fatos se deram após a morte dos políticos, mas alguns deles também passaram maus bocados em vida, ao serem depostos, enforcados ou mortos de outras formas violentas. Outros, milionários, foram recebidos por seus aliados externos ou colonizadores e puderam viver tranquilos até a morte natural, nunca pensando em repatriar seus recursos para ajudar seu povo sofrido.
Nos nossos tempos, as coisas estão percorrendo longos e tortuosos caminhos, e decisões do Poder Judiciário ainda concedem a evidentes usurpadores, dos parcos recursos dos brasileiros, a possibilidade de permanecerem livres e fagueiros pelas ruas das cidades.
Alguns desses cínicos ainda se dão ao luxo de frequentarem locais públicos onde se desembarcam de veículos esportivos de grande valor, compatíveis com astros de cinema e craques do futebol. Eventualmente sofrem agressivas interpelações e são escorraçados dos ambientes públicos.
Os escandalosos episódios que ocupam os noticiários com imagens estarrecedoras de pacotes de dinheiro empilhados, quilos de jóias preciosas, barcos, carros e aviões de propriedade dos investigados, quase sempre estão em nome de terceiros comprados ou enganados pelos operadores profissionais de lavagem de dinheiro.
Os discursos são repetitivos, apesar dos depoimentos de comparsas arrependidos à Justiça serem esclarecedores e repletos de provas. Da tribuna ou nas entrevistas, os investigados se declaram inocentes e, quase sempre, mentem mais.
Os advogados se desdobram dia e noite para justificar os atos apontados pela polícia como ilícitos, haja vista que, no dia seguinte, as declarações do cliente são desmentidas por novos depoimentos. É razoável supor que durante as ações ocorram erros que devem ser reparados pelo Poder Judiciário.
O desenrolar desta história continuará a surpreender a população, pois as garras da Justiça não estão mais restritas a um único e excelente juiz, e estão sendo aplicadas pela Suprema Corte. O caso do “Petrolão” tem sua origem no “Mensalão”. Foram dali que surgiram os primeiros passos para afastar da vida pública os políticos que se curvaram aos interesses privados e abriram as portas para a corrupção desenfreada. Os nossos governantes sofrem em vida o que os déspotas latino-americanos sofreram após a morte.
Vale repetir: de nada adiantará derrubar juízes, procuradores ou policiais; o tsunami da impunidade avança, e muitos morrerão na praia.
17 de julho de 2015
Paulo Castelo Branco
Como a história da política brasileira ainda está longe de se parecer com a dos demais países da América Latina, até mesmo por termos sido colonizados pelos portugueses, decidi observar os procedimentos de déspotas que exerceram poder em seus países e, até mesmo, em terras de seus vizinhos.
Os autores do livro encerraram a obra com o título “O fim que ninguém queria”, onde relatam o fim trágico dos personagens: “Todos os personagens que dão nome aos capítulos deste livro passaram por maus bocados após a morte. Foram embalsamados, decapitados, mutilados ou exumados com objetivos diversos: pedir resgates milionários, sustentar teses históricas absurdas, promover cultos personalistas ou realizar rituais de magia negra”.
Estes fatos se deram após a morte dos políticos, mas alguns deles também passaram maus bocados em vida, ao serem depostos, enforcados ou mortos de outras formas violentas. Outros, milionários, foram recebidos por seus aliados externos ou colonizadores e puderam viver tranquilos até a morte natural, nunca pensando em repatriar seus recursos para ajudar seu povo sofrido.
Nos nossos tempos, as coisas estão percorrendo longos e tortuosos caminhos, e decisões do Poder Judiciário ainda concedem a evidentes usurpadores, dos parcos recursos dos brasileiros, a possibilidade de permanecerem livres e fagueiros pelas ruas das cidades.
Alguns desses cínicos ainda se dão ao luxo de frequentarem locais públicos onde se desembarcam de veículos esportivos de grande valor, compatíveis com astros de cinema e craques do futebol. Eventualmente sofrem agressivas interpelações e são escorraçados dos ambientes públicos.
Os escandalosos episódios que ocupam os noticiários com imagens estarrecedoras de pacotes de dinheiro empilhados, quilos de jóias preciosas, barcos, carros e aviões de propriedade dos investigados, quase sempre estão em nome de terceiros comprados ou enganados pelos operadores profissionais de lavagem de dinheiro.
Os discursos são repetitivos, apesar dos depoimentos de comparsas arrependidos à Justiça serem esclarecedores e repletos de provas. Da tribuna ou nas entrevistas, os investigados se declaram inocentes e, quase sempre, mentem mais.
Os advogados se desdobram dia e noite para justificar os atos apontados pela polícia como ilícitos, haja vista que, no dia seguinte, as declarações do cliente são desmentidas por novos depoimentos. É razoável supor que durante as ações ocorram erros que devem ser reparados pelo Poder Judiciário.
O desenrolar desta história continuará a surpreender a população, pois as garras da Justiça não estão mais restritas a um único e excelente juiz, e estão sendo aplicadas pela Suprema Corte. O caso do “Petrolão” tem sua origem no “Mensalão”. Foram dali que surgiram os primeiros passos para afastar da vida pública os políticos que se curvaram aos interesses privados e abriram as portas para a corrupção desenfreada. Os nossos governantes sofrem em vida o que os déspotas latino-americanos sofreram após a morte.
Vale repetir: de nada adiantará derrubar juízes, procuradores ou policiais; o tsunami da impunidade avança, e muitos morrerão na praia.
17 de julho de 2015
Paulo Castelo Branco
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