"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 20 de junho de 2015

TRIBUNAIS DE CONTAS NÃO PODEM SER "CUPINCHADAS"



Os tribunais de contas necessitam de uma faxina geral.  Não podem ser indicados para um cargo perpétuo através de acertos políticos.  Houve um caso famoso no Rio de Janeiro.   A maioria dos vereadores queria se livrar do colega Maurício Azedo (foi depois presidente da ABI) porque ele não participava das tramóias.  E aí se livraram dele, escolhendo-o para o Tribunal de Contas da cidade.
Mas esse foi um caso raro.  A regra geral é escolher como um prêmio ao “coleguismo”.
Editor-chefe recente do Jornal dos Sports fui pleitear ao Secretário de Esportes da Prefeitura o patrocínio de um campeonato de esporte amador.  Ele concedeu uma pequena verba e, meses depois, voltei lá e pedi apoio para outra competição amadora.
A resposta foi de franqueza assustadora: “Olha, Milton, você até hoje não trouxe os 35% de praxe que o jornal sempre trouxe para o ex-Secretário e, depois, pra mim.”
O ex-Secretário, eleito vereador, já havia sido escolhido pelos novos colegas para o Tribunal de Contas do município. E, bom cupincha, ensinara ao sucessor como “administrar” a Secretaria de Esportes.
FAMIGLIA MONTEBELLO
Agora, Elio Gaspari, em sua excelente coluna publicada por vários jornais, conta como a filha do presidente do TC municipal do Rio, Thiers Montebello, já estava sendo nomeada para conselheira do TC do Estado do Rio – num processo super-rápido: em menos de uma semana, o governador Pezão assinou a nomeação, a Assembléia sabatinou e aprovou
a moça.  Que só ainda não está no cargo porque o Procurador da instituição está pedindo exame mais cuidadoso de todo o processo – a mãe da moça também trabalha na fiscalização.
O erro não é o excesso de camaradagem ou zelo familiar.  É o processo de escolha que devemos mudar.  E não pode ficar só nas mãos dos políticos.  A seleção tem de também passar por outros órgãos de representação da cidadania.

(artigo enviado pelo jornalista Sérgio Caldieri)

20 de junho de 2015
Milton Coelho da Graça

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